País

"Nunca vi ninguém vir responder a tribunal por piadas", diz Mário Machado

Na chegada ao tribunal, Mário Machado lamentou que o Ministério Público tenha "entrado neste filme" e afirmou que a queixosa Renata Cambra quer "aparecer nas notícias".

"Nunca vi ninguém vir responder a tribunal por piadas", diz Mário Machado
MANUEL DE ALMEIDA

Mário Machado inicia esta terça-feira o julgamento pelos crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência. O processo resulta de um queixa apresentada por Renata Cambra, professora ligada ao Movimento Alternativa Socialista.

Em causa está uma publicação nas rede social X (antigo Twitter) onde Mário Machado terá defendido a “prostituição forçada das gajas do Bloco”. Ricardo Pais, que é também arguido no processo, respondeu ao post sugerindo que fosse incluídas “as do PCP, MRPP, MAS e PS”, fazendo referência particular a Renata Cambra, que teria “tratamento VIP”.

À chegada ao tribunal, Mário Machado admite que fez a publicação por piada e lamenta que o Ministério Público tenha “entrado neste filme” e “acompanhado a queixa”.

“Espero que eu e o meu amigo Ricardo sejamos absolvidos e que este truque político da queixosa – que quer aparecer nas notícias, é normal, faz parte do combate político – seja desmontado em audiência do Tribunal”, disse militante neo-nazi.

Diz nunca ter visto o tribunal a julgar pessoas “por piadas”, considerando que a “acusação só tem algum fundamento porque do outro lado está o Mário Machado”.

O Ministério Público acredita que os arguidos agiram com o propósito de chamar prostitutas a todas as mulheres ligadas a forças políticas de esquerda e lembra de Mário Machado deverá ser julgado como reincidente.

A defesa de Mário Machado diz que não foi sequer o neo-nazi quem escreveu as declarações nas redes sociais. Para o advogado de Renata Cambra, esse argumento não tem fundamento.

“Obviamente, o que é que está à espera que um arguido acusado nestes termos venha dizer? Ou assume a responsabilidade pelos seus atos ou toma uma posição dessas”, disse António Garcia Pereira, na chegada ao Tribunal.
Loading...