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Sindicato dos polícias diz que baixas médicas se devem a desgaste psicológico

Para além disso, Carlos Oliveira da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia ainda expôs que António Costa e José Luís Carneiro erraram na sua forma de acusação das forças de segurança.

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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia criticou as ameaças do primeiro-ministro e do ministro da Administração Interna e disse que as baixas médicas dos polícias acontecem devido a desgaste físico e psicológico.

“Não acho que seja coincidência, porque não é só de agora, as situações acontecem com alguma regularidade, se calhar agora foi o pico dessa situação, porque há um descontentamento que foi criado por esta questão de injustiça entre vários órgãos de polícia criminal e isto de certa forma afetou psicologicamente os profissionais”, explicou Carlos Oliveira da Associação Sindical.

Para além disso, ainda destacou a forma como António Costa e José Luís Carneiro indicaram que podia haver algo para lá do que a coincidência no que diz respeito às baixas médicas que têm sido “inesperadas” e em grande volume por parte das forças de segurança.

"Não é essa a forma que tem de vir a público ao acusar os profissionais de falta de profissionalismo, ou o que seja, porque essa baixa foi confirmada por um profissional, um médico que tem as suas condutas deontológicas e que certamente atestou as condições em que esses polícias estão. Não acredito que haja má fé por parte dos médicos", concluiu.

Esta segunda-feira, o controlo da PSP no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, está a ser afetado pela quantidade de agentes de baixa.

Uma fonte da Direção Nacional da Polícia assegurou ao Diário de Notícias (DN) que há operacionais fora de serviço no controlo de fronteiras, ainda que não tenha indicado números concretos. Apesar da falta de agentes, o serviço não está comprometido.

Algo semelhante já aconteceu no sábado e domingo passado, quando jogos da Primeira e Segunda Liga foram adiados devido à ausência inesperada de policiamento.

Primeiro-ministro considera eventual boicote policial às eleições “ato grave de traição à democracia”

Depois do presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) ter colocado em cima da mesa a hipótese de perturbação durante as eleições, António Costa indicou que as forças seguranças cometeriam, nesse cenário, um "ato grave de traição à democracia".

O primeiro-ministro disse, numa carta dirigida ao porta voz e presidente da Sinapol, que conhecendo bem os homens e as mulheres que servem nas nossas forças de segurança, é minha profunda convicção, e acredito ser também a de todas as cidadãs e cidadãos, que jamais as forças de segurança perpetrariam um ato tão grave de traição à nossa democracia”.