O juiz do Tribunal de Instrução Criminal do Porto decretou esta quarta-feira prisão preventiva para Fernando Madureira, o líder dos Super Dragões, e para Hugo Carneiro, adepto do FC Porto conhecido como "Polaco", no âmbito da Operação Pretoriano, acedendo ao pedido do Ministério Público.
Vítor Catão, adepto do FC Porto e ex-presidente do São Pedro da Cova, fica em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Dos restantes, seis ficam proibidos de contactar com os outros arguidos e também com os afetados na Assembleia-Geral extraordinária. Ficam ainda obrigados a apresentações periódicas às autoridades.
Hugo Carneiro, conhecido como Polaco, também fica preso até ao julgamento.
Outros seis arguidos, incluindo Sandra Madureira, estão proibidos de contactar todos os envolvidos no processo, assim como elementos da direção dos Super Dragões.
Ainda assim, por ser casada com o líder da claque e terem filhos em comum, Sandra Madureira pode continuar a contactar com Fernando Madureira.
Estes seis arguidos não podem frequentar eventos desportivos em que o Futebol Clube do Porto participe.
Têm de se apresentar três vezes por semana às autoridades e ainda nos dias e à hora em que a equipa principal dos dragões tenham jogos.
Por fim, há mais dois arguidos com medidas mais leves, que ficam também em liberdade, mas não podem falar com os restantes suspeitos.
A Operação Pretoriano
Na passada quarta-feira, a PSP deteve 12 pessoas, incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.
De acordo com documentos judiciais, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, "do interesse da atual direção" azul e branca.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa "crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação".