André Ventura admite um acordo com o PSD, mesmo sem o Chega estar no Governo. Além disso, alerta Luís Montenegro que, o impasse político nos Açores, poderá repetir-se no continente, em Março. Já o líder da Iniciativa Liberal nos Açores diz que o Governo não vai poder contar com um acordo de incidência parlamentar e que não tomam nenhuma decisão até apresentação do programa do Governo.
"Acho que é uma derrota para os dois, quer para o PSD, quer para o PS. José Bolieiro tinha duas hipóteses: uma convergência à direita que permitia uma maioria absoluta, ou uma convergência com o PS, que também permitia uma maioria absoluta. Piscou o olho ao PS e o PS não vai viabilizar o Governo nos Açores e o PSD devia aprender com isso, o que aconteceu nos Açores pode acontecer a nível nacional", alerta André Ventura.
O líder do Chega ainda acrescentou que só haverá um acordo decisivo no continente se for um acordo “de Governo e não parlamentar”.
Liberal “ponderado”

A Iniciativa Liberal diz que não irá fazer parte de um acordo de incidência parlamentar, mas precisa de conhecer o programa que a coligação do PSD, CDS e PPM tem para o futuro da região dos Açores para poder decidir se irá viabilizar.
"Se o documento tiver um pendor socialista, como têm tido os documentos do PSD até agora, se não trouxer alterações ao que achamos que deve ser alterado, não podemos votar favoravelmente, mas temos esperança que a coligação faça um esforço para mudar o programa e pode contar com a nossa ponderação séria e voto responsável", esclarece Nuno Barata.
O presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, anunciou esta sexta-feira que o partido não irá viabilizar o programa de Governo da coligação PSD/CDS/PPM, que venceu as eleições do passado domingo na região autónoma.
"Há política nacional a mais e Açores a menos na gestão que a coligação PSD/CDS-PP/PPM e Chega estão a fazer da situação resultante das eleições de 4 de fevereiro. Também por isso há a necessidade de tornar clara a posição política que o PS/Açores assume face ao Programa do XIV Governo Regional, porque fazê-lo já é um sinal claro de respeito pela autonomia dos Açores, mas, não menos importante, a reafirmação evidente da autonomia de decisão do PS/Açores", afirmou o líder do PS/Açores, em conferência de imprensa em Ponta Delgada.