O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, anunciou no sábado que vai manter o Governo Regional, de gestão, em funções, até o chefe de Estado decidir se dissolve a Assembleia Legislativa.
O presidente demissionário do Governo Regional, Miguel Albuquerque, reagiu à decisão de Ireneu Barreto, apontando algumas mudanças no PSD Madeira e deixou uma garantia: será candidato às eleições diretas no partido.
"Face às atuais circunstâncias e à crise política que entretanto foi despoletada, a comissão política entende que é necessário fazer um reforço da legitimidade e, por isso, foi deliberado nesta comissão política que o PSD/Madeira deve convocar um congresso ordinário de imediato, antecedido de eleições, cumprindo os prazos definidos nos estatutos", começou por o político insular numa conferência de imprensa.
Salientando ser "fundamental que esta clarificação interna ocorra ainda antes da decisão do senhor Presidente da República, que poderá acontecer a partir do dia 24 de março", Albuquerque admitiu que "quase de certeza" irá ser candidato às diretas de março.
"Quase de certeza que serei candidato às eleições diretas do PSD. Acho que tenho todas as condições políticas, porque nunca fui comprado por ninguém, tenho 30 anos de vida pública e nunca fui corrompido por ninguém, tenho a minha consciência tranquila e estou preparado para me defender em todas as instâncias", prosseguiu.
Albuquerque revelou que no dia 21 de fevereiro, decorrerá um conselho regional para aprovar os respetivos regulamentos do congresso. 29 de fevereiro será a data limite para a entrega das listas de candidatura e respetivas moções. As eleições diretas no PSD/Madeira acontecem no dia 23 de março e no fim de semana de 20 e 21 de abril será a vez do Congresso Regional.
Questionado sobre ter afirmado há três semanas que iria renunciar à vida pública, Miguel Albuquerque respondeu que "as circunstâncias eram outras" e que aquilo que "foi decidido em Lisboa é esclarecedor para toda a gente", referindo-se à decisão de libertação dos arguidos Pedro Calado (ex-presidente da Câmara do Funchal), Avelino Farinha e Custódio Correia (empresários), detidos no âmbito da investigação a suspeitas de corrupção na Madeira.