O debate desta sexta-feira para as eleições legislativas com os candidatos dos oito partidos com assento parlamentar foi interrompido por ativistas do Climáximo. Além da invasão, os apoiantes do movimento pintaram as instalações.
Um ativista invadiu o estúdio, na Nova SBE, no arranque do debate, enquanto falava Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista (PS), e colocou-se à frente do moderador.
"Travar a crise climática não está na mesa de voto", disse o jovem, antes de ser retirado do local.
O líder do PS prosseguiu a intervenção, mas segundos depois ouviram-se novos gritos de protesto do manifestante.
Já quando Luís Montenegro, presidente do PSD, estava a ser questionado ouviram-se vozes de fundo. Nesse momento, o jornalista Carlos Daniel sinalizou que havia “algumas manifestações” de pessoas que “entenderam ser este o momento para trazer a sua mensagem ao espaço público”.
A SIC teve acesso a um vídeo de uma ativista do Climáximo, num piso superior. Com palavras de ordem, realçou que é “inadmissível” a prioridade dos candidatos a primeiro-ministro não ser a crise do clima.
E deixa uma ameaça: travar a crise climática vai ser feita nas ruas.

No debate desta sexta-feira, transmitido em direto na RTP, é possível ver-se tinta nas paredes do estúdio, atrás dos líderes partidários.
A jornalista Rita Marrafa de Carvalho publicou no X, antigo Twitter, o momento em que um jovem atinge com tinta vermelha o cenário ao pé de Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.
Os candidatos dos oito partidos com assento parlamentar estão frente a frente esta sexta-feira, num debate transmitido pela RTP.
Inês Sousa Real, líder do PAN, destaca que a “ansiedade dos jovens” em relação às alterações climáticas “não pode ser ignorada”.
“As forças políticas não tiveram uma palavra a dizer sobre o assunto”, afirmou.
E porquê a invasão? Climáximo explica
Em comunicado, o coletivo referiu que os partidos “ignoram a crise climática” e alertou para os “planos” que levam a um “colapso”: “escassez de água para as pessoas, quebras na agricultura e produção de comida, mortes devido a ondas de calor insuportáveis, desalojamentos por causa de incêndios mortíferos”.
“O próximo Governo terá mandato até 2028. Portugal precisa de cortar, no mínimo, 75% das suas emissões até 2030”, destacou.
O porta-voz do Climáximo disse que, além do travão na crise do clima não ser o “assunto principal”, nenhum partido - com ou sem assento parlamentar - apresenta um “plano compatível com os limites da natureza”.
“A democracia não é uma cerimónia. Os termos em que estas eleições estão a ser disputadas são uma perversão da democracia. É preciso acionar os alarmes de emergência e agir", afirmou.
Na mesma nota, António Assunção alertou que não se pode "consentir" que os políticos “continuem a levar-nos para o inferno climático” e, nesse sentido, apelou a uma “verdadeira alternativa”, com a sociedade a “lutar” pelo fim da crise climática.
Já esta semana, o grupo voltou a “atacar” com protestos. Desta vez, os alvos foram cartazes dos partidos políticos.