O Relatório sobre o Estado da Educação em 2022 confirma uma situação preocupante: o problema da falta de professores e o envelhecimento da classe docente em Portugal. No entanto, outra conclusão é que o plano de recuperação das aprendizagens ficou aquém das expectativas. Ou seja, as medidas lançadas pelo Governo a seguir à pandemia não conseguiram alcançar os objetivos.
A taxa de reprovação foi maior entre os alunos mais pobres ou entre os estudantes estrangeiros, para quem o português não é a língua materna.
O relatório confirma, aliás, que há cada vez mais alunos estrangeiros nas escolas portuguesas: um total de quase 100.000, de mais de 200 nacionalidades, o que dá uma média de um em cada 10 alunos no ensino básico e secundário.
Para facilitar as aprendizagens, é feita uma proposta concreta: a reestruturação do ensino básico, com o fim do segundo ciclo. Ou seja, os 5º e 6º anos passariam a juntar-se ao 1º ciclo do ensino básico.
Mas, diz também o relatório, nada disto pode ser feito se não houver professores. E o número de novos docentes que chegaram não conseguiu compensar o número dos que sairam. Dos que ficaram, mais de metade tinha mais de 50 anos.
O Conselho Nacional da Educação considera a situação "preocupante" e avisa que é urgente tornar a carreira mais atrativa. Entenda-se também mais bem paga.
Pais e professores não ficam surpreendidos
Há anos que as direções escolares alertam para a realidade que o conselho de educação confirma: os novos professores não compensam as saídas
Com mais de 100 mil alunos estrangeiros no ano letivo 2021/22, pais e professores consideram insuficiente a oferta de português como língua materna.