Mais de 250 especialistas estiveram esta quarta-feira reunidos em Gaia para debater os desafios da cibersegurança na era da inteligência artificial.
O cibercrime está a aumentar e a ficar cada vez mais complexo, em parte graças à presença cada vez maior da inteligência artificial nas pequenas coisas do dia a dia, como assistentes virtuais, e-mail, ou sistemas de reconhecimento facial.
“A inteligência artificial é, e é isso que as pessoas têm que ter noção, uma forma de substituir atividades humanas e pensamento humano recorrendo à algorítmica e automação”, explica Rodrigo Adão da Fonseca, especialista em gestão de risco e privacidade.
No caso do Chatgpt, um nome de peso no universo da inteligência artificial, trata-se, segundo o próprio, de “um modelo de linguagem (...) projetado para entender e gerar texto semelhante ao que um humano escreveria”.
É certo que nem sempre acerta, mas Rodrigo Adão da Fonseca lembra que cada coisa tem o seu lugar e funcionalidade, e o Chatgpt não é exceção.
"Muito daquilo que nos é dado por esta ferramenta resulta da combinação de muitos dados que podem não ser necessariamente exatos. Temos de ter muita capacidade crítica em relação àquilo que nos é dado pela ferramenta. Não devemos pensar, só porque temos ali uma máquina que nos dá um conjunto de linhas, que o que sai dali é uma verdade absoluta.”
O ideal é confiar, desconfiando, deste modelo que pode trazer tantas vantagens como riscos.
“No contexto da cibersegurança, os riscos e os desafios relativamente às ameaças estão a aumentar tanto em volume, como em complexidade. As ameaças são muito mais eficazes", alerta Pedro Norton, especialista em cibersegurança.
No último ano houve um aumento dos cibercrimes e os oradores da a conferência AI Security & Privacy deixam vários conselhos para evitar ser vítima de um esquema online.
“Desconfiar sempre é de coisas que nos chegam que são boas demais para acontecer. E quando nos cruzamos com determinado tipo de informação que, de certa forma, nos surpreende, tentar confirmar por canais alternativos”, lembra Pedro Norton.