Cerca de 600 agricultores e 300 tratores, carrinhas e viaturas ligeiras protestaram, esta manhã, numa marcha lenta, na estrada nacional 125. Durante cerca de 12 quilómetros mostraram o seu descontentamento e preocupação, pelo que dizem ser a iniquidade nos cortes de água na região.
A seca no Algarve repete-se há vários anos, mas desde fevereiro que está decretada a situação de alerta na região.
Esta reflete-se em cortes médios no abastecimento agrícola em cerca de 25%, mas que nalguns casos chegam aos 50% e 70%
Os agricultores algarvios modernizaram as explorações e estão a dar o exemplo na poupança de agua.
Inclusivamente, a Agência Portuguesa do Ambiente admite que em fevereiro este setor e o golfe pouparam mais de 60% do consumo de água, em relação ao mesmo período do ano passado.
Os agricultores e criadores de gado queixam-se de que o esforço não está a ser equitativo e criticam a desigualdade face a outros setores.
12 quilómetros de maracha
Ao longo de 12 quilómetros, entre Boliqueime e a zona de Almancil, 300 tratores, carrinha e viaturas ligeiras marcharam lentamente pela nacional 125, durante toda a manhã desta sexta-feira.
No final da marcha lenta, a comissão para a sustentabilidade hidroagrícola do Algarve entregou à comissão de coordenação regional um dossier com as reivindicações que estiveram na base do protesto
Querem que o novo governo avance com as obras consideradas estratégicas, para aliviar a pressão da falta de recursos hídricos no Algarve.
Para além da dessalinizados, ligação entre o Guadiana e a barragem de Odeleite ou a barragem na Foupana, dizem que o Algarve precisa de mais investimento.