A família de uma doente internada no Hospital São José só foi avisada da morte da mulher dois dias depois do óbito. O caso foi alvo de um processo da Entidade Reguladora de Saúde que, no último trimestre do ano, abriu dezenas de averiguações a erros cometidos em hospitais públicos e privados.
Uma mulher esteve dois dias morta no Hospital São José, enquanto a família continuava a ser informada que estava viva e a receber cuidados médicos.
Foi em janeiro do ano passado, a mulher deu entrada dia 15. Morreu dois dois depois, às duas da manhã. Mas ao meio dia, o irmão era informado que estava tudo bem.
24 horas depois, a filha da doente recebe uma mensagem que volta a confirmar que a mãe continua a ser assistida. À hora desta mensagem já a utente estava morta, a família só seria avisada mais de 48 horas após o óbito.
O caso levou à abertura de um processo por parte da Entidade Reguladora da Saúde que aponta falhas ao hospital, que terá violado a proteção dos direitos e interesses dos utentes.
O Hospital reconheceu e lamentou o erro e a Entidade Reguladora emitiu uma instrução para que o Centro Hospitalar cumpra o que está previsto na lei.
O caso é apenas um de vários analisados no ultimo trimestre de 2023 pela Entidade Reguladora da Saúde que agora divulgou a listas das queixas que deram origem a processos.
O Hospital São José foi ainda, tal como o de Santa Maria alvo de contraordenações por rejeitarem consultas a doentes fora da área de referência, violando "o direito de livre escolha da unidade hospitalar na qual pretendem realizar a primeira consulta da especialidade".
A Entidade Reguladora da Saúde abriu ainda processos e emitiu deliberações contra os Hospitais CUF Descobertas e de Cascais, onde duas mulheres foram enviadas para casa com compressas no interior do corpo. Uma depois de um parto, a outra após uma cirurgia por incontinência.