O acompanhamento em direto e ao minuto da eleição - muito mais longa do que tudo indicava - do presidente da Assembleia da República (e respetivos ‘vices’), fica por aqui.

Obrigada por nos ter acompanhado.

Rodrigo Saraiva (IL), eleito vice-presidente da Assembleia da República, pediu um sinal de “normalidade democrática” depois de vários anos de um “ambiente de degradação” das instituições políticas.

À saída do plenário, que elegeu esta quarta-feira o presidente da AR e os quatro vices, Rodrigo Saraiva afirmou que este desfecho está em linha com o que desejava a Iniciativa Liberal - “que rapidamente todos os órgãos da Assembleia da República estivessem empossados para comerçarmos a debater propostas”.

Lembrou ainda que mais importante que questões como “discutir lugares na primeira fila do hemiciclo” é “as instituições funcionarem com normalidade” e pediu aos partidos que deem esse sinal.

“É bom que a normalidade regresse”.

Elogiou um Parlamento “mais plural” e garantiu que cumprirá e fará cumprir a Constituição e o regimento da AR, mesmo “com as diferenças” de cada um.

Diogo Pacheco de Amorim, do Chega, foi mesmo eleito vice-presidente da Assembleia da República, assim como Teresa Morais (PSD), Rodrigo Saraiva (IL) e Marcos Perestrello (PS).

Em declarações no Parlamento, o dirigente do Chega diz estar satisfeito por ele, pelo partido, e "por ter reposto aquilo que é a normalidade nesta casa”. Recusa o termo “ajuste de contas” com o PSD, mas fala numa “distorção que foi corrigida”.

"Ou seja, o terceiro partido mais votado ter direito a nomear um vice-presidente”.

Pacheco de Amorim afirma que o partido é “contra o sistema, mas não contra o regime”.

"O sistema ocupou o regime de uma forma que nos parece abusiva. O regime democrático para nós é completamente indiscutível. Não discutimos o regime, só as instituições, a forma como elas estão a ser utilizadas".

Mariana Mortágua lamenta a eleição de Pacheco Amorim para a vice-presidência da Mesa da Assembleia da República.

“É um dia triste para a democracia”, considera a líder bloquista.

O facto de o Chega ter quebrado a sua parte do suposto acordo com o PSD não impediu os sociais-democratas de viabilizarem a aprovação de Pacheco Amorim, aponta.

O entendimento entre PS e PSD não resolve o problema instalado no país: "a direita não consegue garantir estabilidade" e está “refém da extrema-direita”, condena Mariana Mortágua.

Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, lamentou que o início da legislatura tenha sido “uma grande trapalhada” e defendeu que dar a mão à extrema-direita “não corre bem”, sobretudo para quem faz os acordos.

“É uma lição para Luís Montenegro tirar”, disse, à saída do plenário.

O partido sublinha que “o ciclo mudou” e defende ser necessária uma conversa “com todos” para que as instituições funcionem.

A líder parlamentar acrescenta mesmo que os partidos principais “não podem conversar apenas uns com os outros”, apontando a eleição de Pacheco Amorim como vice-presidente como um exemplo disso.

“A mesa da Assembleia da República tem agora um representante de um partido que nao é democrata e no acordo entre PS e PSD isso nao foi acautelado”, lamentou.

Depois do fracasso do “pressuposto que havia um entendimento à direita”, o Partido Socialista tomou a iniciativa de “apresentar uma proposta para resolver o impasse”.

“O PS, como partido responsável, apresentou uma solução que nos permitisse seguir em frente.” Tal não significa que o deixa de ser o principal partido da oposição, ressalva, como já fizera Francisco Assis.

“Que não haja ilusões sobre o futuro. O Partido Socialista não será suporte de um governo da AD”, reforça.

Pelo contrário, condena Pedro Nuno Santos, a AD demonstrou que não tem “capacidade nem iniciativa para resolver impasses".

“Não foi apresentada pelo líder da AD nenhuma solução para o impasse. Fomos nós que a apresentámos”.

O líder socialista deixa ainda críticas a André Ventura, que acusa de hipocrisia por querer ser antissistema quando “ passou as últimas semanas a mendigar por um lugar no governo”.

Contagem de votos está a decorrer para eleger quatro vice-presidentes, quatro secretários e quatro vice-secretários da Assembleia da República.