A presidente da comissão que avaliou a localização do novo aeroporto fez duras críticas à ANA numa entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo. Maria do Rosário Partidário não compreende como é possível Lisboa ter condições tão más, ao mesmo tempo que a empresa gestora tem lucros recorde.
Na pasta que Luís Montenegro transporta a caminho do novo Governo há uma decisão para ontem: a localização do novo aeroporto de Lisboa.
O novo primeiro-ministro criou um grupo para avaliar o trabalho da Comissão Técnica Independente e a presidente da comissão, Maria do Rosário Partidário, está disponível para se sentar à mesa com os escolhidos de Montenegro para que a primeira pedra possa ser lançada o mais rapidamente possível. Mas ainda não sabe qual é o sítio preferido do novo Executivo.
De acordo com a Comissão Técnica Independente, Santarém tem apenas uma grande vantagem. Dispensa o Governo de negociar com a empresa que atualmente gere o Humberto Delgado. No entanto, se não for essa a opção escolhida é preciso negociar, alerta a presidente.
“O contrato com a ANA é muito limitador de todas as opções que se vierem a fazer (…) Está montado para favorecer os interesses privados da ANA e não para defender os interesses públicos do país”, afirma.
Interesses que Maria do Rosário Partidário vê bem refletidos no resultado da operação dos últimos anos.
"A ANA teve um lucro substancial muito elevado, mas Lisboa é o terceiro pior aeroporto da Europa e, portanto, eu não sei qual é a vantagem de ter um valor acrescentado líquido tão alto para ter um produto com qualidade tão baixa".
O trabalho da Comissão Técnica Independente está fechado. Foram 16 meses que custaram menos 400 mil euros do que o orçamento previsto. A pasta fica agora com o novo primeiro-ministro.