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Autor do polémico logótipo do Governo diz que os críticos "são ignorantes"

O designer Eduardo Aires, que está no centro de um furacão cultural, defende a possibilidade de os países repensarem o design das bandeiras, dando o exemplo da mudança de nomes das nações como ponto de partida para a discussão desse tópico.

Autor do polémico logótipo do Governo diz que os críticos "são ignorantes"
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O autor do símbolo administrativo do Governo, que o Executivo de Luís Montenegro se apressou a alterar, revelou que está a ser alvo de ameaças de morte.

O designer Eduardo Aires está no centro de um furacão cultural, que envolve o logotipo criado para o Executivo de António Costa, e que não durou um dia sob o novo Governo, liderado por Luís Montenegro.

A campanha de refrescar a imagem do Governo foi posta em marcha em maio do ano passado, com um novo logotipo pretendia transmitir uma identidade "inclusiva, plural e laica", mas surgiu um coro de críticas a apelidar esta medida como um “antipatriota”.

Agora quase duas semanas depois de Montenegro ter “apagado” o logotipo do Governo anterior, Eduardo Aires concedeu uma entrevista ao ‘The Guardian’ onde revelou que tem sido alvo de ameaças de morte.

“A nossa missão era dar uma nova imagem ao logotipo do Governo e redesenhá-lo para a era digital, e foi o que fizemos. Agora, quase um ano depois, enfrento ameaças de morte”, começou por dizer o designer português.

Aires apontou ainda que os críticos ignoraram completamente o design, defendendo que é uma "questão de síntese”.

“As pessoas estão a dizer que uma criança de cinco anos poderia fazer o design no Microsoft Paint. Mas são pessoas que ignoram completamente o design. Em última análise, o design é uma questão de síntese”, referiu.

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Eduardo Aires defendeu ainda a possibilidade dos países repensarem o design das bandeiras, dando o exemplo da mudança de nomes das nações como ponto de partida para a discussão desse tópico.

“Considero que as bandeiras podem ser revistas, porque não? Se um país como a Holanda pode mudar o seu nome para Países Baixos, porque não pode uma nação como a nossa repensar a sua bandeira”, rematou.