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Análise

“Só há uma forma de celebrar bem o 25 de Abril, conseguir mostrar a toda a gente como era a vida há 50 anos"

No Expresso da Manhã desta segunda-feira, Paulo Baldaia faz a análise do Congresso do CDS, das listas do PS e AD para as Europeias e das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

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“É absolutamente necessário que esta semana as pessoas revisitem o que era a vida, o que era a miséria da vida no anterior regime para perceberem os ganhos que tivemos, sobretudo em áreas onde hoje se contesta muito aquilo que está a acontecer”, sublinha o comentador da SIC. Na semana em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, Paulo Baldaia deixa um apelo, tendo também em conta os resultados de um estudo apresentado na semana passada que indica que há muitos portugueses que consideram que se vivia melhor no anterior regime.

Num estudo do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa para a SIC e Expresso, os inquiridos foram desafiados a responder à questão: “Até que ponto se pode dizer que Portugal é uma democracia hoje em dia” e 94% não teve dúvidas na resposta: “É uma democracia”.

Contudo, há ainda muitos que consideram que se vivia melhor no anterior regime e outros dados, até que mostram que um terço prefere um líder forte que não tivesse de se sujeitar a eleições.

Questionado sobre qual será a melhor forma de celebrar os 50 anos de democracia, Paulo Baldaia considera que “só há uma forma de celebrar bem o 25 de Abril que é o de conseguir mostrar a toda a gente como era a vida antes do 25 de Abril, quer a nível de analfabetismo, quer a nível de saúde. Há muitas áreas em que claramente a vida era tão diferente há 50 anos e não apenas porque houve uma evolução geral no mundo, mas porque viver em democracia tem ganhos que nenhum outro regime consegue dar às populações, a começar pela da liberdade”.

“Acho que é absolutamente necessário que esta semana as pessoas revisitem o que era a vida, o que era a miséria da vida no anterior regime para perceberem os ganhos que tivemos, sobretudo em áreas onde hoje se contesta muito aquilo que está a acontecer”.

Congresso do CDS

No Congresso dos centristas, Nuno Melo afirmou que o partido não é um "parceiro menor" da Aliança Democrática, disse querer chamar os jovens para o partido e defendeu que “a casa mãe de democracia é por essência a casa do CDS”.

Para o comentador da SIC, Nuno Melo pretendeu “avisar o PSD que só está no Governo porque houve uma coligação que permitiu vencer as eleições (…) mas a verdade é que não havendo uma maioria parlamentar, fica difícil ao CDS impor essa força, essa importância de ser um elo que dá uma maioria".

Paulo Baldaia lembra ainda a entrevista de Nuno Melo ao Expresso, este fim de semana, na qual o ministro da Defesa “avisa o Governo que aquilo que for dado aos polícias tem que ser dado de igual forma aos militares. É uma prova de força a mostrar que não é fácil a vida entre os dois partidos do Governo, porque Nuno Melo está absolutamente necessitado de ter dinheiro para que o seu lugar seja um bom lugar, no sentido político. Precisa de ter capacidade financeira para resolver alguns dos problemas das forças armadas e não é certo que isso venha a acontecer".

“O CDS é um partido que neste momento está muito diluído na AD e vai precisar de que o seu líder se afirme politicamente para poder sobreviver um dia”, sublinha ainda o comentador da SIC.

Eleições Europeias

A AD e o PS vão aprovar esta segunda-feira as listas para o Parlamento Europeu. A confirmar- se o nome avançado ontem por Marques Mendes, será Rui Moreira o cabeça de lista pela AD. Paulo Baldaia considera que o PS está também obrigado a "jogar forte".

“Esta proposta de ter Rui Moreira como cabeça de lista, embora levante alguns problemas a nível local (…) Na verdade, a nível nacional, não existem esses anticorpos”.

"Rui Moreira, portanto, é claramente uma candidatura forte e o PS está obrigado a responder na mesma moeda porque se joga muito nas europeias, mesmo sendo umas eleições que têm fraca afluência."

O comentador da SIC realça que "o PS e a AD estão obrigados a tudo fazer para ter um bom resultado nas urnas nas Europeias, que lhes permita chegar à discussão do orçamento no final do ano, com força política para levar a sua avante".