O diretor nacional da PSP, José Barros Correia, reconhece que há falta de recursos humanos nas forças de segurança e que o acréscimo de trabalho não foi compensado com mais agentes.
"Em dez anos perdemos 1.300 polícias. Significa que perdemos, mas temos de fazer as mesmas coisas, com a mesma organização e os mesmos territórios", diz em entrevista à TSF e Diário de Notícias.
Defende que "o quadro de efetivos tem de ser estabilizado" e fala mesmo na questão do controlo de fronteiras, apoiado, neste momento, por elementos da Polícia Judiciária.
José Barros Correia mostra-se também preocupado com o crescente número de casos de agressões a polícias.
"Por comparação com o ano anterior, estou a falar de 2023, tivemos mais 150 agressões. Estamos a falar de mais de 900 polícias agredidos", disse.
O diretor nacional fala em cerca de três polícias agredidos por dia e afirma que este é um número "que não nos deve deixar satisfeitos".
Na entrevista fala ainda sobre o outro lado, das acusações de maus-tratos a detidos por agentes da polícia, defendendo que está do lado da lei e das regras: "Esta dimensão não me permite fazer nada, nem pensar sequer de forma diferente. Do lado da lei, do lado das regras e dos direitos das pessoas."
Forças de segurança reunidas com o Governo
A ministra da Administração Interna propôs na quinta-feira aos sindicatos que representam as forças de segurança um suplemento de missão que vai substituir o atual suplemento por serviço e risco. O valor é calculado a partir do salário base do Comandante Geral da GNR e do Diretor Nacional da PSP.
Os guardas e agentes vão ter um subsídio de 7% face a esse salário base, o que representa 365€ por mês. Os sargentos e chefes terão 9%, quase 470€, e os oficiais da GNR e PSP terão 12%, ou seja, 626€ mensais.
Os sindicatos dizem que os valores são muito inferiores ao esperado e vão apresentar uma contraproposta.