O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, anunciou este domingo um aumento de 26,5% no número de peregrinos nos quatro primeiros meses do ano face a igual período de 2023.
"Nestes primeiros quatro meses, registámos 1.023.683 participantes nas 3.004 celebrações que tiveram lugar no Santuário. Em relação ao ano passado, nos mesmos quatro meses registámos 809.039 participantes, em 2.449 celebrações", disse o responsável na conferência de imprensa que antecede o início da peregrinação de 12 e 13 de maio.
Segundo Carlos Cabecinhas, nas 3.004 celebrações realizadas no santuário entre 1 de janeiro e 30 de abril, participaram 8.705 concelebrantes, entre bispos, presbíteros e diáconos.
Quanto os grupos organizados que se inscreveram nos serviços do santuário, registaram-se 243 de grupos portugueses, com um total de 58.932 participantes, e 845 grupos estrangeiros, com 36.346 peregrinos.
Espanha, Polónia, Itália, Estados Unidos da América e Coreia do Sul foram os países com mais grupos organizados registados nos serviços do Santuário de Fátima durante o primeiro quadrimestre do ano.
Carlos Cabecinhas disse ainda não ter dúvidas de que "a guerra na Terra Santa tem influência" no aumento do número de peregrinos estrangeiros.
Para a peregrinação de hoje e segunda-feira, o santuário recebeu a informação de 176 grupos de peregrinos, 82 dos quais portugueses, estando ainda registados fiéis de 32 países estrangeiros.
As cerimónias oficiais da peregrinação têm início às 21:30, com a recitação do rosário e a procissão das velas, seguidas da celebração da Palavra, no altar do recinto, presidida pelo cardeal Juan José Omella.
Após esta cerimónia, tem lugar uma noite de vigília de oração, que antecede a procissão eucarística das 7:00 de segunda-feira, seguida de recitação do rosário e missa internacional, com início às 10:00, terminando com a tradicional procissão do Adeus.
Segundo o Santuário de Fátima, estarão presentes nas cerimónias, além do cardeal espanhol e do Núncio Apostólico em Portugal, Ivo Scapolo, 18 bispos.
Conflitos no mundo estão sempre presentes em Fátima
Na mesma conferência, o bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, sublinhou que "as dramáticas situações de conflito armado que se encontram no mundo nunca podem estar longe das celebrações e da oração" no Santuário de Fátima.
Lembrando que as aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos ocorreram "durante a terrível primeira guerra mundial", o prelado disse que, por esse motivo, "a guerra, o ódio, os atentados e o desejo de repressão e domínio sobre pessoas e povos está bem no centro da mensagem de Fátima".
"Preocupam-nos especialmente a selvagem e dramática situação que se vive na faixa de Gaza e na Ucrânia, como outras no Iémen, Sudão, Congo", afirmou José Ornelas, que, na conferência de imprensa que antecede a abertura da peregrinação aniversária de 12 e 13 de maio ao santuário, lembrou também as vítimas de desastres naturais ocorridos nos últimos dias.
Assim, expressou "solidariedade com as vítimas dos desastres naturais no Brasil, no Afeganistão e em outros países do mundo, que apelam à solidariedade e proximidade pelas vítimas de tanto sofrimento, chamando a atenção também para as alterações climáticas, muito acrescidas pela ação humana, que tanto contribuem para a dimensão destrutiva destes fenómenos".
José Ornelas, no dia em que a Igreja Católica assinala o Dia da Comunicação Social deixou também uma saudação aos jornalistas, realçando "a sua importância, particularmente nestes tempos em que a informação é silenciada, perseguida e negada a povos inteiros, como forma de esconder o grito dos que sofrem a injustiça, a discriminação e a exploração".
"Lembro particularmente os cerca de 100 jornalistas mortos em 2023, 70 dos quais na Faixa de Gaza, a que se juntaram muitos mais nos primeiros meses deste ano. Que a sua coragem ao serviço da justiça e a dignidade maltratadas possam apressar o dia da paz e da reconstrução", desejou.