País

Médicos e enfermeiros podem faltar no verão porque maior parte "já tem cerca de 400 horas extra"

Os médicos e enfermeiros estão preocupados com a falta de um plano para o verão e temem o caos nos hospitais. Alertam ainda que podem faltar profissionais porque muitos já cumpriram as 150 horas de trabalho extraordinário.

Loading...

Os médicos e os enfermeiros temem que o atraso na apresentação do Plano de Verão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) possa criar, de novo, constrangimentos nos hospitais, nos próximos meses e acrescentam que muitos clínicos já cumpriram as 150 horas de trabalho extraordinários, logo, os recursos humanos são escassos.

Se estivesse na ementa seria uma pescadinha de rabo na boca, todos os anos o problema é o mesmo: faltam profissionais no inverno e no verão e o atendimento nas urgências complica-se.

O Plano do SNS para a próxima estação ainda não foi apresentado e os médicos estão expectantes.

"Devíamos era estar a pensar no Plano de inverno para não se repetir o que aconteceu no fim de 2023, início de 2024, onde Portugal foi um dos país europeus com o excesso de mortalidade mais elevado", referiu a presidente da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá.

Xavier Barreto, presidente da Associação de Administradores Hospitalares, acrescentou ainda que "o plano falhou".

Os médicos entendem que a falta de recursos humanos deve-se, sobretudo, ao facto das condições propostas na contratação não serem atrativas.

Maria João Tiago, do Sindicato Independente dos Médicos, diz que "é muito urgente que as negociações avancem e que se fixem médicos no SNS" mas Xavier Barreto questiona "onde estão em esses médicos? Esses médicos não existem".

Os sindicatos esperam que até ao fim de maio a tutela analise as sugestões entregues, mas alertam para o que aí vem.

"Neste momento maior parte dos médicos já tem cerca de 400 horas extra, representa na prática mais 4 meses de trabalho, é urgente rever novamente a grelha salarial", explica Maria João Tiago.

Soluções permanentes para os constrangimentos nas urgências tardam, por isso, as administrações hospitalares pedem entendimento entre governo e oposição para mitigar as consequências deste problema que tem afetado os utentes.