O Governo decidiu que o novo aeroporto vai ser em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente. A localização vai ser aprovada num conselho de ministros extraordinário marcado para a tarde desta terça-feira.
Como as obras do novo aeroporto vão demorar cerca de 10 anos, o Governo vai também combinar com a ANA obras de reforço da capacidade do Aeroporto da Portela. O anúncio público vai ser feito pelo primeiro-ministro às 18:00.
Em análise do tema no Primeiro Jornal, José Gomes Ferreira começa por referir que esta é a "solução possível" tendo em conta o "resultado do compromisso entre PS e PSD", assumido quando António Costa ainda chefiava o Executivo.
Na altura, os dois partidos definiram que seria nomeada uma Comissão Técnica Independente que, posteriormente, concluiu que Alcochete é a solução que deve ser adotada.
A "decisão mais importante"
Para o jornalista, para além da localização, a "decisão mais importante" que será tomada esta terça-feira será o reforço da "capacidade do Aeroporto da Portela".
Uma vez que "os indicadores de qualidade se degradaram publicamente", a ANA terá de realizar obras de requalificação no aeroporto da capital, até porque "o contrato de concessão" assinado com o Governo assim o prevê.
"Vai ser obrigada, o Governo vai instar a ANA a fazer essa obras. Para se ter a dimensão, o Aeroporto da Portela movimentou 33 milhões de passageiros em 2023 e Gatewick, no Reino Unido, só com uma pista movimentou, 45 milhões. Portanto, tecnicamente é possível fazer crescer os movimentos por hora na Portela de forma que se aproxime mais dos 40 milhões do que dos 30 milhões por ano", considera.
José Gomes Ferreira diz também que, "na melhor das hipóteses", as obras da nova infraestrutura arrancam "dentro de cinco ou seis anos". Mas porquê? O jornalista explica:
"Primeiro é preciso dar hipótese de estudar o dossiê, são seis meses por imposição legal (...) Depois é preciso fazer o projeto, que são dois anos e meio. Depois é preciso pedir a declaração de impacto ambiental. Depois é preciso rever o projeto de acordo com os remédios da declaração de impacto ambiental".
"Grande aeroporto em Lisboa pode não ser tão importante assim"
Para José Gomes Ferreira o "reforço da capacidade da Portela" será "muito importante" porque "cada vez mais as companhias aéreas estão a fazer ligação ponto a ponto" e dá o exemplo: "Porto-Brasil, Faro-centro da Europa". Por isso, crê que, "mais ano menos ano", um novo "grande aeroporto em Lisboa pode não ser tão importante assim".
Diz ainda que existe a possibilidade de "daqui a 15 anos" todos os aeroportos nacionais serem reforçados e o "novo aeroporto ainda não ter arrancado".