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Enfermeiros em protesto no Porto pedem melhores condições de trabalho

Dezenas de enfermeiros manifestaram-se esta manhã junto ao hospital de Santo António, no Porto. Exigem a admissão dos profissionais com vínculo permanente e a regularização dos precários. Acusam, ainda, o governo de estar a levar os enfermeiros ao esgotamento.

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O protesto no hospital de Santo António, no Porto, é um aviso ao governo e uma forma de pressionar o ministério da saúde a resolver os problemas dos enfermeiros, no que toca a carreiras e salários. Dizem que faltam mais de 10 mil enfermeiros no SNS.

[Queremos] a admissão de enfermeiros em número suficiente para que os colegas que estão a trabalhar não tenham de fazer 12 horas... 8 horas consecutivas. Também que esse trabalho, quando lhes é pedido, que é o trabalho extraordinário, seja todo pago como tal. E também haver orientações por arte da ministra para que todos os contratos a termo sejam contados para efeitos de progressão, explica Fátima Monteiro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses

Na lista de reivindicações está também a regularização dos precários, que nas contas do sindicato , só na região norte são mais de 400 e contagem de todo o tempo de trabalho para progressão na carreira e a correção de injustiças

Daniela Monteiro, que é enfermeira do hospital de Santo António, no Porto, diz que:

Estou cá no hospital desde 2010, mas antes disso tinha trabalhado quatro anos num centro de saúde ARS Norte. Esses pontos, neste momento, não estão a ser contabilizados, ou seja, para efeitos de pressão não estão a contabilizar. Já me daria mais uma subida de escalão

Nuno Lourinho, dirigente do Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses explica que:

Quem era especialista mais antigo ficou numa posição intermédia da carreira. Também os novos especialistas quando entram em concurso ficam a ganhar exatamente o mesmo e com risco de legalmente verem perdidos os tais pontos que são contabilizados por tempo de serviço

Há três semanas saíram do primeiro encontro com a ministra da Saúde desiludidos para a reunião de dia 27, desenham já uma linha vermelha.

O que seria expectável é que nesta primeira reunião fosse marcado o calendário negocial e também as matérias que estão dispostos a negociar. Nós não vamos abdicar de continuar a exigir a resposta para estes problemas e a valorização da profissão que passa logo pela alteração da grelha salarial, afirma Fatima Monteiro

O sindicato dos enfermeiros portugueses fala num grande descontentamento e admite avançar com novas greves.