O Ministro das Infraestruturas e Habitação diz que as reuniões com os partidos foram produtivas e garante que o Governo está empenhado em conseguir um programa mais unânime.
“Foram reuniões muito profícuas, com ideias muito interessantes que o Governo se propôs a avaliar”, afirmou Miguel Pinto Luz em declarações aos jornalistas no Parlamento.
“Há pontos de contacto, há, claro, pontos de divergência (...), mas devo fazer esse balanço de uma manhã de trabalho profícuo, de trabalho empenhado, no sentido de encontrar uma forma de apresentar um ‘Construir Portugal’ cada vez mais abrangente do ponto de vista da unanimidade.”
O ministro considera a habitação “uma urgência nacional”, pelo que o Governo se vê obrigado a “ouvir e de trabalhar com todas as forças políticas presentes na Assembleia da República”.
O Bloco de Esquerda, o PCP e o Livre consideram as medidas apresentadas insuficientes, mas quase todos os partidos dizem que há abertura para o diálogo.

O Partido Socialista tem várias preocupações, aponta a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão. “A primeira tem a ver com a revogação de medidas relativas ao alojamento local e, em geral, as todas as externalidades que retiram imóveis do mercado para habitação”.
“Por outro lado, também é preocupante para o para o Partido Socialista tudo o que tenha a ver com uma referida flexibilização do arrendamento”, afirma.
Para o Chega, esta foi “uma reunião produtiva”. O deputado Filipe Melo diz que o partido também deu o seu “ponto de vista” e defendeu que é preciso “terminar de vez com o programa ‘Mais habitação’”.
Também Mariana Leitão, líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) considera que o Governo demonstrou "abertura para continuar a receber propostas e ideias” do partido relativamente à habitação.
“Há um oceano de razões que nos separam”, afirma, por sua vez, Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
O bloquista considera “uma situação de injustiça fiscal” o facto de os juros relativos a contratos de crédito à habitação posteriores a dezembro de 2011 não podem ser deduzidos em sede de IRS, mas diz que o partido recebeu “a garantia que o Governo está disponível para revisitar esta matéria”.
“Saudamos a abertura para o diálogo, mas continuamos a achar que que esta emergência da habitação não está a ser tratada como uma verdadeira emergência”, lamenta, por sua vez, a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes.
“Há uma grande desigualdade: quem tem dinheiro consegue comprar uma casa, quem não tem dinheiro não consegue comprar uma casa, ao contrário do que acontecia na geração dos nossos pais”, nota.
A isenção de IMT para os jovens não chega para resolver o problema, sustenta Paula Santos, líder parlamentar do PCP.
“Há uma grande distância entre aquilo que são as nossas propostas e aquilo que são as opções por parte do Governo. As opções do Governo não só não vão dão resposta aos problemas concretos, como vão contribuir muito para agravar a situação do nosso país”, defende.
Para Inês Sousa Real, deputada única do PAN, a reunião com o Governo trouxe “uma série de pontos de diálogo”.
“O PAN procurou contribuir tendo sempre presente como prioridade aquilo que são os interesses dos portugueses e dos mais jovens do nosso país" e estará sempre disponível para “trabalhar em prol daquilo do bem comum”, assegura.