Esta semana o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que Alcochete é a localização escolhida para receber o novo aeroporto. No entanto, esta decisão pode vir a ter graves consequências ambientais.
O Campo de Tiro de Alcochete já teve uma declaração de impacte ambiental favorável. Atribuída em 2010, foi estendida por duas vezes em dez anos, até que, caducou em 2020.
Agora há que fazer novo estudo que provavelmente será pedido pela ANA daqui a 6 meses. Apesar do último ter recebido um parecer positivo, já apontava para graves danos colaterais como o abate de milhares de sobreiro para construir o aeroporto, uma cidade aeroportuária e acessos por estrada.
Outro receio quanto à localização do aeroporto em Alcochete é a possível contaminação das águas subterrâneas. O Campo de Tiro está localizado sobre a margem sul do sistema aquífero da bacia do Tejo-Sado, um dos mais importantes da Península Ibérica.
Em causa poderá estar também a biodiversidade da região, com especial atenção para a avifauna. No estuário do Tejo, perto do Montijo e de Alcochete, chegam a estar mais de 30 mil maçaricos, aves migratórias que ali passam alguns meses. Estas aves podem vir a estar em rota de colisão com os aviões de um futuro aeroporto.
Sem declaração de impacto ambiental favorável, cairá por terra a opção Alcochete que iria custar mais de 6 mil milhões de euros, já com a expropriação do Campo de Tiro.