Trata-se do mais alto incentivo entre os vários que já existem (ou existiram) para quem decide realizar operações fora de hora. Estes incentivos anunciados pelo Governo têm como principal objetivo diminuir a lista de espera de doentes oncológicos à espera de cirurgias.
As equipas médicas que nas horas extra façam cirurgias de combate ao cancro receberão 90% do valor que o estado paga habitualmente aos hospitais pela intervenção. Um valor que chega a ser o dobro do que é pago habitualmente, revela Joana Sá Bordalo, oncologista e presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Numa mastectomia que normalmente pode rondar os 19 mil euros, 90% desse valor vai reverter para a equipa médica e será dividido pelos cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e assistentes operacionais que tenham participado na intervenção. Por norma são pelo menos seis pessoas por quem o valor será dividido.
Uma medida que a Ordem dos Médicos considera fortalecer o Sistema Nacional de Saúde (SNS) e estará em vigor até ao final do mês de agosto.
Para que os doentes sejam chamados a ser operados nas horas extra dos médicos, será necessário que estejam na lista de inscritos, que já tenham ultrapassado os tempos máximos de resposta garantidos e deve ser dada prioridade aos que esperam há mais tempo. Poderão ser feitas cirurgias a tumores benignos mas a prioridade deve ser dada às patologias malignas.
A Administração Central do sistema de saúde e a direção executiva do SNS poderão fazer auditorias para confirmar a legitimidade das escolhas.