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Sem acordo com Governo: PSP ameaça com protestos, GNR quer usar "via legislativa" na AR

A quarta ronda negocial ficou agendada para 3 de junho, mas o SINAPOL admite falhar a reunião.

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A maioria das associações da GNR e sindicatos da PSP quer acreditar que as negociações com o Governo sobre o subsídio de missão podem construir caminho até que a AD cumpra o prometido na campanha eleitoral, mas a desilusão com a nova proposta do Governo foi tal que o SINAPOL ameaça abandonar as negociações.

Depois das negociações desta quinta-feira que juntaram a PSP, a GNR e a ministra da Administração Interna, as forças de segurança rejeitaram o valor proposto pela tutela: 280 euros por mês.

Os polícias exigem um aumento de cerca de 600 euros, que se traduziria numa componente fixa do subsídio de risco de 712,96 euros, e os protestos continuam em cima da mesa.

No caso da PJ o aumento foi de cerca de 548 euros e por isso tudo que seja menos do que isso é injusto e os profissionais não vão aceitar”, declara o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira.

“A resposta é não, não aceitamos esta proposta”, defende também presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos. Apesar de reconhecer que “houve uma evolução da parte do Governo”, o dirigente espera que a proposta seja melhorada até à próxima reunião com a tutela, dia 3 de junho.

Por sua vez, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) diz mesmo que não voltará à mesa das negociações se o Governo não mudar de posição.

“Aquilo que nos foi dito é que não é esse o interesse do Governo. Se não é esse o interesse do Governo não faz qualquer sentido um sindicato que está aqui para defender o suplemento de missão igual à PJ vir a uma próxima reunião em que sabe que não vai acontecer isso”, afirma Armando Ferreira.

Se Margarida Blasco não tiver mais nada para oferecer no dia 3 de junho, a reação poderá ser musculada e acabar, novamente, com milhares de agentes de segurança na rua.

“Os protestos sempre estiveram em cima da mesa”, lembra o presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos. A plataforma tem de perceber se faz sentido avançar já para os protestos, se faz sentido continuarmos esta negociação ou até faz sentido avançar para a negociação com protestos. Vamos avaliar. Vamos deliberar nesse sentido.”

“Eles que apresentem uma proposta que vá, pelo menos, ao encontro do que aqueles profissionais pretendem”, apela o presidente do SINAPOL. Caso contrário, logicamente, os protestos estão sempre em cima da mesa. E nós só temos uma forma de protestar - é na rua.”

Já o presidente da APG/GNR aponta outra estratégia: “Se não estamos a conseguir concretizar esse objetivo por via negocial através do Governo, vamos tentar utilizar a via legislativa através do Parlamento”.

César Nogueira explica que os representantes da GNR já estão reuniram com os grupos parlamentares e têm mais reuniões marcadas para a semana. “Vamos continuar o nosso trabalho por um suplemento missão igual ao da PJ no Parlamento”, defende.