O Ministério Público quis prender Pedro Calado, mas é o seu irmão gémeo, Vitor Calado, que serve de argumento para que a procuradora peça a entrega do passaporte ao antigo autarca do Funchal. Em causa está o facto dos dois irmãos gémeos serem alvo de confusão, o que pode levar Pedro Calado a utilizar os documentos do irmão para fugir do país sem ser descoberto, pelo menos, de imediato.
O Ministério Público insiste que continuam a existir perigos de fuga, de perturbação do inquérito, alarme social e sobretudo de continuação da atividade criminosa.
Pede que Pedro Calado e os alegados corruptores, Avelino Farinha e Custódio Correia entreguem o passaporte, sejam obrigados a comunicar ao tribunal qualquer viagem para o continente, fiquem proibidos de contactar entre si e tenham entradas barradas em edifícios como a Sede do Governo Regional da Madeira.
A SIC teve acesso ao documento de quase 300 páginas, em que o MP acusa o juiz de ter dado mais importância às palavras dos detidos do que aos relatórios, movimentos bancários, diplomas do governo regional, certidões de registo comercial, decisões do tribunal de contas e da Câmara do Funchal.
A procuradora diz que estes documentos foram mesmo ignorados.
O Ministério Público insiste que há provas suficientes para que Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia sejam suspeitos de corrupção, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negocio, abuso de poder, trafico de influencia e branqueamento de capitais.
No entanto, só no final do ano é que o Tribunal da Relação de Lisboa deverá decidir se a razão está do lado do juiz ou do Ministério Público.