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ENTREVISTA SIC NOTÍCIAS

Santos Silva apoia acordo com Ucrânia e diz “confiar plenamente” no novo Governo

O ex-presidente da Assembleia da República e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros acredita que o atual titular da pasta saberá “muito bem” trabalhar a ajuda a entregar aos ucranianos.

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Augusto Santos Silva concorda com o acordo bilateral que será assinado entre o Governo português e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Em entrevista à SIC Notícias, esta segunda-feira, o ex-presidente da Assembleia da República e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros fez uma antecipação da visita do chefe de Estado da Ucrânia a Portugal.

Santos Silva explica que Zelensky, que visita Portugal esta terça-feira, terá uma receção “ao mais alto nível em Portugal”, que inclui a passagem pelo Pálácio de São Bento e um encontro com o primeiro-ministro português.

O antigo chefe da diplomacia portuguesa defende que os contactos bilaterais, ao mais alto nível, entre Portugal e a Ucrânia são muito importantes e aprova o acordo anunciado pelo atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

“Acho muito importante a assinatura desse acordo, que significa a intensificação da cooperação bilateral entre os dois países, em continuidade daquilo que se vinha fazendo – quer do ponto de vista do apoio ao processo de integração [na UE], do apoio militar, do apoio médico, do apoio financeiro e económico”, defendeu Augusto Santos Silva.

Confio plenamente no Ministério dos Negócios Estrangeiros, no Governo e na diplomacia portuguesa, que sabem muito bem trabalhar nestas matérias”, declarou.

O antigo governante sublinha que Portugal tem apoiado a Ucrânia “em quatro planos complementares”: no âmbito das Nações Unidas e nas relações com os países parceiros em África e na América do Sul, na NATO, na União Europeia e nesta relação bilateral.

Augusto Santos Silva destaca também a coerência de Portugal, enquanto país, na ajuda à Ucrânia, após a invasão russa.

“Não só anunciamos coisas, como cumprimos com as coisas que anunciamos, o que nem sempre sucede”, afirmou, notando que, durante muito tempo, só Portugal e a Alemanha estavam a disponibilizar tanques à Ucrânia.

Santos Silva - que já esteve na Ucrânia, durante a guerra, enquanto Presidente da Assembleia da República - diz também que privar com Zelensky “é privar com uma pessoa que demonstrou uma enorme coragem e uma enorme responsabilidade, para além de um sentido de Estado”.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros frisa ainda que Volodymyr Zelensky “tem Portugal e os portugueses em muito boa conta”, pela forte presença da comunidade ucraniana em Portugal, pela rápida condenação da invasão russa feita pelo país, pelo bom acolhimento dos milhares de ucranianos que se refugiaram em Portugal por causa da guerra e por o governo português “nunca dourar a pílula”, por exemplo, quanto à candidatura da Ucrânia à União Europeia.