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Há mais especialidades, além da pediatria, em risco no Hospital de Viseu

A falta de médicos no Hospital de Viseu pode ser ainda mais grave. Os sindicatos alertam que além dos problemas na urgência de pediatria, há outras especialidades em risco.

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O mais recente anúncio de encerramento noturno da urgência pediátrica por falta de profissionais é apenas mais um problema numa lista, que para a União de sindicatos de Viseu vai desde os médicos aos assistentes operacionais.

"Qualquer solução que seja adotada vai ser, como se costuma dizer, tapar a cabeça e destapar os pés. Recordo que este hospital, por exemplo, no que diz respeito aos enfermeiros, tem mais de 50 enfermeiros com contratos precários e nesta fase em que fecham serviços porque falta de enfermeiros questionamos porque é que estes contratos continuam precários", destaca Alfredo Gomes, dirigente da União dos Sindicatos de Viseu.

Com a criação das unidade locais de saúde, ao hospital agregam-se os centros de saúde da região Viseu Dão Lafões, para resolver a falta de profissionais nos hospitais a solução podem ser a referenciação dos utentes para cuidados de primários.

Uma solução que apenas vai resolver um problema criando outros.

"O Governo deste partido já há anos encerrou um serviço que se chamava serviço de atendimento permanente, que tínhamos nos vários centros de saúde dos concelhos. Então e agora vai abrir uma consulta aberta, que não é nada mais, nada menos do que um serviço de atendimento permanente, mas para abrir não mete pessoal e desfalca os cuidados de saúde primários. Quer dizer que estes profissionais que forem para ali trabalhar, vão sair de outras unidades. Vão ali prestar cuidados, mas vão deixar de os prestar noutros sítios. Portanto, esta não é uma solução", diz Alfredo Gomes.

Os sindicatos temem que nos próximos meses haja enfeito de contágio. Começou na urgência pediátrica, mas deverá chegar a outras especialidades como no final do ano passado.