"Não será por nós que virá a instabilidade política em Portugal, nós não temos pressa nenhuma". Como se fosse preciso responder a quem apontava para a votação do Orçamento do Estado (OE) para 2025 como o momento para provocar eleições, Pedro Nuno Santos usou o discurso da vitória nas Europeias para acalmar ânimos.
O mesmo líder socialista que na derrota das Legislativas garantia que “não é ao PS que têm de pedir para suportar o Governo”. Viabilizar orçamentos da AD era uma questão a que o próprio secretário-geral do PS respondia dizendo que seria difícil. Na altura, Alexandra Leitão, coordenadora do programa eleitoral socialista, afirmou que, em princípio, o PS votaria contra.
Europeias não trouxeram consenso
As divisões entre chumbar já o Orçamento para 2025 ou deixá-lo passar com uma abstenção existem na bancada parlamentar e direção socialista. E fontes ouvidas pela SIC dizem que o resultado das eleições europeias não veio propriamente alterar essa questão.
Entre os que terão maior oposição à ideia de chumbar o OE estarão os autarcas que se veriam apanhados por uma crise política no meio de um calendário eleitoral com autárquicas em setembro ou outubro de 2025.
Outros mais propensos ao voto contra colocam a responsabilidade do lado do Governo, que terá de ir mais longe no diálogo e não fazer do OE o programa eleitoral da AD - até porque o PS faz notar que conseguiu aprovar no Parlamento um conjunto de medidas, como o IVA da eletricidade ou as SCUT, que só serão realidade se o Governo as incluir no próximo Orçamento.