O primeiro-ministro garantiu esta quinta-feira que o seu Executivo continuará a governar "mesmo sem convergência" e que os portugueses não querem saber se as "propostas do Governo são propostas de lei ou propostas de autorização legislativa".
"Mesmo que não haja convergência nós vamos governar, é para isso que nós estamos hoje no Governo. Nós fomos escolhidos para isso", disse Luís Montenegro.
"Perante estas políticas concretas, acha mesmo que os portugueses querem saber se as propostas do Governo são propostas de lei ou propostas de autorização legislativa? Eu pergunto se é nisto que se concentram os agentes políticos. Se é, eu desejo-lhes boa sorte para essa tarefa, porque a minha é diferente. A minha é a vida concreta das pessoas, é a resolução dos problemas das pessoas", explicou.
O social-democrata falava um dia depois de a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, ter questionado no plenário da Assembleia da República se a intenção do Governo é "continuar a apresentar autorizações legislativas" em vez de ir ao Parlamento "apresentar propostas de lei".
Sobre a articulação com as diferentes forças políticas, Luís Montenegro afirmou que o Governo tem estado aberto ao diálogo, mas não pode forçar a oposição a convergir politicamente.
"O Governo tem dialogado sempre com as oposições. O Governo não pode obrigar as oposições que não têm vontade política de materializar esse diálogo em convergência, não tem essa capacidade", admitiu.
Montenegro afirmou ainda que, na campanha eleitoral para as legislativas de março, apenas um candidato "assumiu que só governaria se ganhasse eleições - e esse candidato é hoje primeiro-ministro".
Com LUSA