O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Viseu Dão-Lafões apresentou esta quinta-feira a demissão, na sequência das declarações da ministra Ana Paula Martins numa audição parlamentar. O Conselho de Administração diz que as afirmações da governante são uma “quebra de confiança política na atual equipa”.
A ministra da Saúde acusou as lideranças hospitalares de serem fracas e deu um exemplo concreto - no qual se referia a Viseu - sobre o encerramento de urgências pediátricas. Ana Paula Martins questionou como é que esta situação pode acontecer se, em janeiro, já se sabia que os médicos pediatras iam entregar um documento para pedir escusa às horas extraordinárias.
Ana Paula Martins disse ainda que os hospitais têm “lideranças fracas” e anunciou a criação de comissões de acompanhamento e auditoria aos conselhos de administração para os “ajudar a cumprir a sua missão”.
Em reação a estas declarações, a administração da ULS de Viseu Dão-Lafões considerou “ser seu dever apresentar o pedido de demissão”, de forma a facilitar a transição para uma nova equipa que possa liderar a instituição “em condições de perfeita articulação com a tutela”.
A situação do hospital é muito complicada, uma vez que o número de pediatras não é suficiente para dar resposta às escalas.
Ainda não há informações sobre a eleição de um novo Conselho de Administração da ULS de Viseu Dão-Lafões. A equipa, que tinha sido nomeada há três meses, continua a fazer a gestão do hospital até ser nomeado um novo conselho.
PS de Viseu reconhece o bom trabalho do Conselho de Administração
O PS em Viseu já se pronunciou sobre a situação e assume total solidariedade com a administração hospitalar. O partido reconhece o bom trabalho do mesmo, desenvolvido ao longo do mandato, na defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e na prestação dos cuidados de saúde à população.
Numa nota enviada às redações, a presidente da concelhia diz que a falta de médicos é um problema estrutural do SNS e que as responsabilidades não podem ser apenas imputadas à administração do Hospital de Viseu, mas devem ser assumidas pelo Ministério da Saúde.