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“É sempre a bombar toda a noite”: como o bairro de Alfama vive os Santos Populares

Entre os que vêm de fora de Lisboa, ou mesmo do estrangeiro, e aqueles que toda a vida viveram no bairro, Alfama não perde a tradição da festa.

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Celebrado há quase oito séculos em Lisboa, o Santo António tem levado milhares de pessoas às ruas. Em Alfama, as opiniões dos moradores dividem-se quanto a ter as festividades à porta de casa.

Todos os anos, no mês de junho voltam para cumprir a tradição. Os irmãos Marina e Paulo Costa montam sempre uma banca nos Santos Populares, um negócio que já dura há várias gerações.

Desde dia 31 de maio que as ruas de Alfama recebem milhares de pessoas para celebrar os Santos Populares. E apesar de todo o mês ser de muito trabalho, a noite de Santo António exige preparativos redobrados.

Chegada a noite mais longa e aguardada dos Santos Populares, as ruas do bairro – que, durante o dia, estão quase vazias – enchem-se de gente que vem de todo o país e até do estrangeiro.

Mas não só de quem vem de fora se enchem os Santos. Evaristo Manuel vive em Alfama há 60 anos e nunca se cansou de ter a festa à porta de casa.

Alfama é o bairro mais antigo da cidade de Lisboa e, nos últimos 10 anos, perdeu mais de 20% dos habitantes.

Mesmo assim, há jovens que ainda escolhem as ruas tipicamente lisboetas para morar. Apesar de mais novos, já não partilham do mesmo entusiasmo de viver no centro das festividades.

Esta é uma festa sem hora para acabar. Entre comerciantes e quem festeja, é facil construir uma lista com aquilo que faz do Santo António a melhor noite do mês de junho.

As romarias e arraiais rumam depois para o Norte, para os festejos de São João, e voltam ao Centro e ao Sul do país no dia 29 de junho para o São Pedro.