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Rangel diz que Portugal tem papel de mediação importante sobre Gaza

O ministro admite avançar com o reconhecimento do Estado palestiniano, mas considera que a posição que tem assumido até ao momento está “a produzir resultados positivos”.

Rangel diz que Portugal tem papel de mediação importante sobre Gaza
ANDRÉ KOSTERS/LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou, esta terça-feira, que Portugal tem um "papel de mediação muito importante" no conflito em Gaza, nomeadamente junto do Governo israelita, e admitiu avançar com o reconhecimento do Estado palestiniano caso represente "um passo decisivo".

"Nós temos um papel de mediação muito importante, ainda conseguimos também falar com o Governo israelita, o que não deixa de ser importante neste contexto, ter algum canal aberto para lá, coisa que outros, entretanto, alienaram", disse Paulo Rangel.

A declaração foi feita durante uma audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, a pedido do Bloco de Esquerda e do PCP sobre a situação na Faixa de Gaza, palco de uma guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas há mais de oito meses.

Instado pelos dois partidos a esclarecer por que motivo Portugal ainda não fez o reconhecimento formal do Estado da Palestina - como fizeram recentemente Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia -, o chefe da diplomacia portuguesa reiterou que o Governo está "em permanente avaliação dessa situação".

Paulo Rangel sustentou que "em termos jurídicos, os requisitos para o reconhecimento não estão preenchidos". "Mas nós também não vamos esperar que eles estejam", acrescentou.

"Enquanto esta posição que temos de aguardar algum tempo - que pode ser mais ou pode ser menos, pelo reconhecimento formal - for útil e estiver a produzir resultados positivos, nós vamos mantê-la. E se nós sentirmos que o reconhecimento permite um passo efetivo, nós vamos avançar também. Não tenho qualquer dúvida sobre isso", garantiu.

O governante destacou ainda o papel "muito ativo e discreto" de Portugal na cena internacional no sentido de persuadir outros países a ter uma posição "mais aberta e positiva nesta matéria", nomeadamente outros Estados-membros da União Europeia (UE).