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ENTREVISTA SIC NOTÍCIAS

Escutas de Costa e Galamba têm relevância criminal para serem incluídas no processo da Operação Influencer?

A Operação Influencer continua a dar que falar mas desta vez devido às escutas que envolvem o antigo primeiro-ministro, António Costa e o antigo ministro das Infraestruturas, João Galamba. O presidente do Sindicato de Magistrados do Ministério Público, Paulo Lona, esteve nos estúdios da SIC Notícias para comentar a fuga de informação referente a este processo.

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O antigo primeiro-ministro, António Costa, está novamente envolvido numa polémica em redor da Operação Influencer, Recentemente foram divulgadas conversas entre António Costa e João Galamba que podem vir a ser utilizadas na investigação. Existem indícios de que a demissão da ex-CEO da TAP teve motivações políticas. O presidente do Sindicato de Magistrados do Ministério Público esteve nos estúdios da SIC Notícias para responder a algumas questões.

Paulo Lona acredita que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça possa ter considerado, as escutas divulgadas, como relevantes a nível criminal e dessa forma exigido que fossem transcritas e incluídas no processo.

Considera ainda que as fugas de informação neste tipo de casos são difíceis de controlar já que os processos passam por diversas pessoas. No entanto, defende que poderiam existir mecanismos que assegurassem a proteção deste tipo de informação.

Embora tenha sido aberto um inquérito pelo Ministério Público, Paulo Lona diz que é "muito difícil investigar este tipo de processos".

"O ideal seria que esta informação não tivesse saído para fora do processo" 

O presidente do Sindicato de Magistrados do Ministério Público não apoia um cenário em que "a justiça quer interferir com os destinos da política".

"Não se pode extrair nenhuma conclusão de que há um interferência com a vida política".

Desta forma também não quis comentar e "especular" sobre as motivações que levaram à divulgação desta informação.

A saída de Lucília Gago e as melhorias necessárias no MP

A atual Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, termina funções no próximo mês de outubro. O presidente do Sindicato não quis avaliar o trabalho feito pela atual Procuradora-Geral mas deixou claro que o Ministério Público precisa de melhorar algumas das suas funções.

"Achamos que é mais e melhor comunicação por parte do Ministério Público com a sociedade e os cidadãos em geral", defendeu Paulo Lona.
"A própria Procuradoria-Geral deve ter uma comunicação mais estruturada, organizada e programada sobre a atividade do Ministério Público", acrescentou.