Cumpre-se, esta quinta-feira, o primeiro de dois dias de greve nos serviços públicos, uma paralisação que deverá ter mais impacto em vários hospitais do país.
O protesto, que se estende até às 23:59 de sexta-feira, foi convocado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS) No seu site oficial, a entidade sindical explicita que "qualquer trabalhador com vínculo público, com contrato de trabalho em funções públicas, incluídos os trabalhadores dos hospitais EPE, podem aderir à greve do próximo dia 20 e 21 de junho, atentos aos serviços mínimos decretados pelo setor da Saúde".
Na mesma nota, o sindicato incentiva os trabalhadores a denunciarem "qualquer pressão que os impeça de exercer o direito legítimo à greve", apelando, assim, à denúncia sempre que for justificável.
Os profissionais exigem, entre outras coisas, uma diferenciação salarial entre as carreiras. Com o fim das aulas e as escolas fechadas, a expectativa é que sejam os hospitais, os locais mais afetados pela paralisação de 48 horas.
Santa Maria com constrangimentos
No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pelas 08:00, um bloco operatório já estava encerrado e registavam-se também constrangimentos nas consultas externas, tal como relata a jornalista da SIC, Inês Duarte Coelho.
Os técnicos de saúde são os profissionais que mais desagrado têm demonstrado para com a sua situação profissional, pelo que, esta quinta-feira, são os profissionais que mais estão a aderir a esta paralisação.
À SIC, Diogo Mendes, delegado sindical, revela que esta greve teve como motivação "o reposicionamento da carreira de técnico oficial de saúde, que devia começar em janeiro e não começou, o pagamento dos retroativos, as avaliações do SIADAP (sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na administração pública) desde 2018 também não foram repostas e o subsídio de risco também não temos direito a nada e o reposicionamento das carreiras, principalmente".
Pouco depois das 08:00, o Hospital Polido Valente, em Lisboa, registava uma adesão de 100% e o Santa Maria de cerca de 60%.
Cenário pode agravar-se na sexta-feira no Porto
Já no Hospital de São João, no Porto, os blocos operatórios estão a funcionar apenas com os serviços mínimos, pelo que a "maioria das salas" estão fechadas, revela Bárbara Ribeiro, dirigente sindical, em declarações à SIC.
Nas análises clínicas, o impacto da ausência dos técnicos de saúde é também bastante evidente. Na sexta-feira, contudo, a dirigente sindical revela que a paralisação irá sentir-se ainda mais, tendo em conta que a adesão deverá rondar os 100%.
Artigo atualizado às 09:20.