O Chega vai chamar a ministra da Justiça à Assembleia da República. O líder do partido, André Ventura, não gostou das palavras de Rita Júdice, ao dizer que o novo procurador-geral da República terá de "pôr ordem na casa".
“Estávamos habituados a expressões destas no futebol e noutros domínios, não estávamos habituados é que na política alguém dissesse que tem de pôr o Ministério Público na ordem, ou que tem de pôr regra nas instituições policiais ou de investigação criminal”, comentou André Ventura, esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Para o presidente do Chega, a expressão utilizada pela governante “é grave”. “Não pode passar em claro”, sublinhou.
“Tomámos a decisão de chamar com caráter de urgência ao Parlamento a sra. Ministra da Justiça, para que dê explicações sobre as palavras que proferiu, sobre o seu intuito e os seus objetivos e sobre aquilo que quis transparecer”, anunciou Ventura.
O líder do Chega diz ainda querer evitar que o próximo procurador-geral da República seja alguém que “está lá para fazer fretes ao poder político”.
A atual procuradora-geral da República, Lucília Gago, termina o mandato em outubro, mas já anunciou que não estará disponível para continuar no cargo – depois de, nos últimos meses, ter sido alvo de críticas por causa da Operação Influencer, que levou à queda do Governo de António Costa.
A ministra da Justiça, Rita Júdice, declarou, em entrevista ao Observador, esta quinta-feira, que o próximo procurador-geral da República terá de ser alguém capaz de devolver a credibilidade ao Ministério Público, que ponha “ordem na casa”.
O tema da reforma da Justiça tem estado em destaque nos últimos meses, sendo que, no debate quinzenal no Parlamento, esta quarta-feira, tanto o primeiro-ministro como o líder da oposição manifestaram disponibilidade para levar a cabo avanços.