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Caso gémeas: CPI dá 48 horas a advogado da mãe para provar que foi proibido de falar

O advogado da mãe das gémeas tratadas no hospital de Santa Maria afirmou, durante a audição na comissão de inquérito, que não podia responder às questões dos deputados por decisão da Ordem dos Advogados.

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A comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras deu 48 horas ao advogado da mãe das crianças para apresentar o parecer da Ordem dos Advogados que justifica a sua recusa em prestar declarações.

"Se não for apresentado, consideramos avançar com uma queixa na Ordem dos Advogados e no Ministério Público por declarações falsas quando afirmou que tinha a declaração", afirmou Rui Paulo Sousa, presidente da comissão de inquérito, no final da reunião entre mesa e coordenadores da comissão, após os trabalhos terem sido suspensos, esta tarde.

Rui Paulo Sousa, também deputado do Chega, adiantou que a comissão também pediu à Ordem dos Advogados que confirme que o pedido foi emitido e que vai ser deliberado, na próxima quarta-feira, o levantamento do sigilo profissional e a possibilidade de Wilson Bicalho ser ouvido à porta fechada.

O advogado da mãe das gémeas tratadas no Hospital Santa Maria afirmou, esta tarde, que só fez uma declaração inicial para defender a honra da cliente. Wilson Bicalho, que foi escutado no âmbito da comissão parlamentar de inquérito, recusou responder às questões dos deputados alegando sigilo profissional.

O advogado declarou estar impedido, pela Ordem dos Advogados, de quebrar o sigilo, mas não apresentou qualquer documento a comprová-lo.

À saída da audição, o advogado explicou não ter apresentado o parecer que o impede de falar porque este não lhe foi pedido.

“Não enviei porque não me foi solicitado”, declarou, sublinhando que o pedido tem de partir da Assembleia da República.

Quanto à declaração inicial que fez – apesar de estar alegadamente impedido de falar pela Ordem dos Advogados -, Wilson Bicalho declara que há uma circunstância em que tal lhe é permitido.

“A Ordem dos Advogados proíbe-me [de intervir] a não ser pela defesa da honra e da dignidade da minha cliente”, justificou, alegando que o deputado André Ventura a “confrontou de maneira covarde com documentos falsos”, pelo que a defesa em causa era devida.

Com Lusa