O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) assinou, esta quarta-feira, o protocolo com o Ministério da Saúde para negociar as grelhas salariais, mas defende que é preciso mais. Como forma de protesto perante a inação do Governo, vão manter-se as greves marcadas para os próximos dias.
Foram mais de três horas e meia de reunião para o sindicato e a ministra da Saúde chegarem a acordo.
"Julgo que atingimos um bom resultado para o início de uma negociação. Agora tudo dependerá do desenvolvimento do processo negocial sobre cada uma das matérias", declarou José Carlos Martins, presidente do SEP, no final do encontro.
Entre as matérias está a revisão das grelhas salariais, que é, nesta altura, a principal prioridade dos enfermeiros.
A proposta do Governo vai ser apresentada na próxima reunião, marcada para dia 18 de julho. Para já, o Executivo não mostra disponibilidade para pagar retroativos desde 2018.
Para o sindicato ainda há um longo caminho pela frente, mas, sem espaço para negociar a carreira de enfermagem, os protestos vão continuar.
A greve nos centros de saúde de Lisboa, marcada para esta quinta-feira, vai manter-se, assegura o sindicato.
Também as greves agendadas para dia 9 e 10 de julho vão acontecer.
Ainda que reticente, a estrutura de cinco sindicatos de enfermeiros assinou o protocolo negocial, mas pede ao Ministério da Saúde medidas concretas.
Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), avisa que os enfermeiros “têm pressa e querem resultados”.
Os sindicatos dos enfermeiros voltam a reunir ainda este mês, numa altura em que a falta de profissionais condiciona cada vez mais os serviços de urgência em praticamente todo o país.