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Ex-assessor de Sócrates confirma buscas e critica "conjunto de especulações, absurdas e fantasiosas"

O antigo assessor de José Sócrates é um dos principais alvos de uma megaoperação levada a cabo, esta quinta-feira, pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária. Luís Bernardo é suspeito de corrupção e participação económica em negócio, em contratos de assessoria de comunicação com organismos públicos e autarquias.

Ex-assessor de Sócrates confirma buscas e critica "conjunto de especulações, absurdas e fantasiosas"
SIC Notícias

Luís Bernardo, ex-assessor de Sócrates e mais tarde diretor de comunicação do Benfica, foi o principal alvo de uma megaoperação realizada esta quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ). À SIC assegura que está “totalmente disponível” para colaborar com as autoridades.

“O que se passou hoje foi uma diligência de recolha de informação normal no âmbito de uma investigação judicial que abrange diversas entidades públicas e privadas. Muitas delas nem sequer estão relacionadas com a minha atividade profissional ou da empresa que lidero”, garante Luís Bernardo.

Por isso, acrescenta, “foi com total estupefação e surpresa que ouvi um conjunto de especulações, absurdas e fantasiosas, em alguns órgãos de comunicação social, que só podem resultar de motivações que não sejam a de informar”.

Críticas à parte, o ex-assessor esclarece que termina “o dia na mesma situação” em que o começou e que continua “totalmente disponível para colaborar com as autoridades”.

As suspeitas sobre Luís Bernardo

O ex-assessor é suspeito de crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio e abuso de poderes, ocorridos entre 2020 e 2024.

Em análise está a forma como a empresa Wonder Level Partners (WLP), de Luís Bernardo, ganha contratos para liderar a comunicação de entidades públicas por ajuste direto ou consulta prévia, sendo que um dos casos em investigação diz respeito ao Tribunal Constitucional.

As autoridades acreditam num esquema de criação de aparência fictícia de legalidade, que envolve não só a empresa de Luís Bernardo como a First Five Consulting, do amigo João Tocha, a Remarkable, de um sócio de Tocha, e a Sentinelcriterion, de um sobrinho de Luís Bernardo.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal(DCIAP), as buscas foram realizadas em residências da região de Lisboa e em sedes de várias empresas comerciais e públicas, bem como em instalações “de uma universidade, de municípios, de uma freguesia de Lisboa, de serviços municipalizados, de empresas municipais e da secretária-geral do Ministério da Administração Interna”.

De acordo com o comunicado da PJ enviado às redações, foram executados 34 mandados de busca e apreensão, nomeadamente, 10 buscas domiciliárias, 13 não domiciliárias em organismos públicos e 11 buscas não domiciliárias em empresas nas zonas de Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra.