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Lucília Gago foi imperturbável e cirúrgica nos recados a Marcelo e à ministra da Justiça

Lucília Gago, procuradora-geral da República, diz que o Ministério Público está a ser alvo de uma campanha orquestrada e é peremptória: não se demite.

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Lucília Gago diz que o Ministério Público está a ser alvo de uma campanha orquestrada, mas não refere nomes concretos. Na entrevista que deu à RTP, ainda antes de ir ao Parlamento, garante apenas que é dirigida por pessoas que têm ou tiveram responsabilidades na vida do país e nas entrelinhas deixa ataques à ministra da Justiça e ao Presidente da República.

Foi imperturbável e cirúrgica nos recados que enviou a várias instituições e personalidades. O mais alto magistrado da Nação não escapou.

Marcelo Rebelo de Sousa tinha considerado "maquiavélico" o momento de abertura do inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras, por ter coincidido com o dia em que foi conhecido o inquérito de António Costa. Lucília Gago diz que ficou incrédula com a apreciação do Chefe de Estado.

A procuradora-geral da República nega que tenha tido qualquer responsabilidade na demissão de António Costa e rebateu uma por uma cada crítica que lhe foi feita e, que até agora, tinha ficado sem resposta.

A nova ministra da Justiça, por exemplo, disse há dias que o sucessor de Lucília Gago deveria "pôr ordem na casa", quiçá alvitrando que estava instalada a desordem. A Procuradora Geral da República respondeu à letra.

"Se o diagnóstico está feito, não revelou qual fosse (...). Imputam ao Ministério Público o exclusivo da responsabilidade por as coisas más que acontecem no território da Justiça, coisa que rejeito em absoluto", afirma, na entrevista à RTP.

Se a intenção dos diferentes atores políticos terá, eventualmente, sido forçar a demissão de Lucília Gago, a resposta está aí em forma de acusação. A Procuradora-Geral da República diz que está em marcha uma campanha orquestrada contra o Ministério Público e é peremptória: não se demite.