O primeiro-ministro, Luís Montenegro, admite aproximações aos outros partidos mas rejeita "abdicar de traves mestras" do programa do Governo. Antecipando cenários, deixa claro que um eventual chumbo do Orçamento do Estado não chega para que se demita.
"O Governo saído do Parlamento sem a aprovação de uma moção de rejeição do seu programa só deve cessar funções quando as forças políticas que obtêm a maioria para isso necessária apresentarem e aprovarem uma moção de censura", frisou Montenegro.
O PAN diz que as palavras do primeiro-ministro são precipitadas mas que podem ganhar força se Luís Montenegro for intransigente.
"Quando não existe depois diálogo e entra num monólogo com a Assembleia da República, e sendo incapaz de negociar com as forças da oposição, corre o sério risco de se alguém apresentar uma moção de censura se calhar não sobreviver à mesma", defendeu Inês Sousa Real.
"Aqui há coisa, e a coisa que há é que Luís Montenegro está interessado em provocar uma crise política e levar os outros a uma crise política. Acha que isso serve os seus interesses", acrescentou o líder do Livre.
Para o Chega, se o Orçamento de Estado para o próximo ano for chumbado, o desfecho para Montenegro está mais do que claro.
"Se o Orçamento não for aprovado, dificilmente se manterá no cargo, a não ser que queira um estatuto diferente de todos os outros primeiros-ministros que tivemos nos últimos anos", disse André Ventura.
Para não fechar portas, o primeiro-ministro terá de fazer cedências mas garante que não vai ceder no essencial.