Há três grupos parlamentares que entram nas contas do Orçamento do Estado para 2025. Um deles vai garantidamente votar a favor, a responsabilidade sobra para os outros dois. Mas PS e Chega não explicam se viabilizam ou não o documento.
André Ventura afirma que a responsabilidade é do PS. Pedro Nuno Santos diz que não.
Ninguém quer dizer já o que só vai fazer lá para o final do ano, mas, no jogo das narrativas políticas, o Governo também já começou a afastar obstáculos.
O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, lembrou que se o IRS Jovem e o IRC forem aprovados já pelo Parlamento, ficam de fora da discussão orçamental - e assim "deixarão de ser uma condicionante ou uma restrição ativa” à aprovação do Orçamento do Estado para 2025.
Mas o líder socialista, Pedro Nuno Santos, pede que se deixem os “truques” políticos. “O Orçamento do Estado vai refletir tudo aquilo que for aprovado entretanto”, sustentou-
O Governo apostou tudo na dramatização. Depois do desafio do primeiro-ministro à coragem para uma moção de censura, a oposição garante que o caminho pode levar a uma viabilização do Orçamento do Estado.
O Chega garante que vai analisar o documento, conversar com o Executivo e só depois “decidir o que é melhor para o país” - mas só “se o Governo mudar a atitude que tem tido até agora”, apontou Ventura.
Já Pedro Nuno Santos, pelo PS, reafirma a disponibilidade “para construir”, mas diz que “aprovações no Parlamento sem negociação e sem cedência” tornam complicada uma construção conjunta.
A responsabilidade do desenho do Orçamento do Estado é do Governo. A aprovação ou rejeição está nas mãos do Parlamento. O que acontece depois ninguém sabe - e nem o Presidente dá garantias de que orçamento chumbado seja sinónimo de eleições antecipadas.