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Junta de freguesia de Benfica propõe câmaras de vigilância em 26 locais para combater criminalidade

"Todas as semanas ocorrem assaltos aos quintais das vivendas. Às vezes, várias vezes na mesma noite, à mesma vivenda, e os carros estacionados na via pública são também alvo de assaltos recorrentes", indica um morador, referindo que há também "um gangue especializado em roubar maquinaria de obra".

Junta de freguesia de Benfica propõe câmaras de vigilância em 26 locais para combater criminalidade
Associação de Moradores Bairro de Santa Cruz de Benfica e Zonas Contíguas

A Junta de Freguesia de Benfica, em Lisboa, identificou 26 locais para colocação de câmaras de vigilância de forma a combater a criminalidade, proposta concertada com a Polícia de Segurança Pública e enviada à câmara, revelou o autarca.

"Podem ajudar a combater esta criminalidade que tem vindo a trazer alguma insegurança às ruas de Benfica", afirmou o presidente da junta, Ricardo Marques (PS), no âmbito da reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.

O autarca do PS referiu que a lista dos 26 postos para a colocação de câmaras de vigilância foi concertada com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e enviada "há mais de um mês" para a Câmara Municipal de Lisboa, inclusive para o vereador da Segurança, Ângelo Pereira (PSD), aguardando ainda uma resposta.

Ricardo Marques falava após a intervenção do freguês André Pestana, em representação da Associação de Moradores do Bairro de Santa Cruz de Benfica e Zonas Contíguas, em que expôs "a criminalidade e o sentimento generalizado de insegurança entre os moradores do bairro".

"Todas as semanas ocorrem assaltos aos quintais das vivendas. Às vezes, várias vezes na mesma noite, à mesma vivenda, e os carros estacionados na via pública são também alvo de assaltos recorrentes", indicou o morador, referindo que há também "um gangue especializado em roubar maquinaria de obra".

André Pestana disse que pediu a intervenção da câmara e teve uma resposta do vereador Ângelo Pereira, em junho, que foi, "no mínimo, caricata", porque "era apenas a informar que existe uma esquadra a menos de 200 metros do bairro".

Apesar de ter abordado este tema, o morador interveio na assembleia a propósito de uma petição pela criação de mais postos de abastecimento elétrico no Bairro de Santa Cruz de Benfica e zonas contíguas, referindo que este bairro tem cerca de 8.000 residentes e "conta apenas com um posto de carregamento público", e em toda a freguesia de Benfica, com cerca de 37 mil residentes, são apenas quatro.

Em resposta, o presidente da junta indicou que "a câmara está demorada no processo" para a colocação de carregadores elétricos, pelo que o executivo da freguesia vai, na próxima semana, lançar um concurso público para 50 postos de carregamento elétrico no estacionamento público, indicando que já tem o caderno de encargos fechado.

Neste âmbito, a assembleia aprovou, por unanimidade, uma recomendação para que a câmara informe sobre "o ponto de situação e/ou conclusão dos 55 processos de instalação de postos de carregamento elétrico relativos à freguesia de Benfica, que se iniciaram em março, assim como relativamente aos processos das restantes freguesias de Lisboa".

Em representação da câmara, a vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), considerou a luta dos moradores "tão justa e tão necessária", informando que, "dos 55 postos que os operadores pediram, 25 já estão pré-validados" com os serviços municipais, pelo que já podem avançar com esses na freguesia de Benfica.

A assembleia apreciou ainda uma petição pela requalificação do Bairro de Bom Pastor e do Bairro Sargento Abílio, ambos em Benfica, tendo decidido, com a abstenção do Chega, recomendar à câmara que avance com uma intervenção.

A vereadora Filipa Roseta adiantou que a câmara está já a trabalhar para assegurar "uma vida melhor nestes bairros, que estão há 20 anos à espera de obras, esperando que seja em 2024 que elas acontecem", já a partir de agosto.

Os deputados municipais aprovaram ainda, por unanimidade, uma recomendação a propósito de uma petição pela salvaguarda da histórica livraria Ferin, que encerrou este ano, sabendo-se já que o espaço vai acolher a loja A Vida Portuguesa, que tem de manter as características do edifício.

"Empreenda um processo de reflexão sobre o Programa Lojas com História tendo em conta as expectativas suscitadas aquando da sua criação e os resultados alcançados" é um dos pontos da recomendação dirigida à câmara.