Centenas de médicos estão em greve, esta terça-feira, e o impacto está a ser sentido nos hospitais de todo o país. De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), a adesão neste primeiro de dois dias de paralisação ronda os 90%. Em vários centros hospitalares, os blocos operatórios estiveram parados.
Descontentes com as atuais condições de trabalho, centenas de médicos, por todo o país, responderam ao pedido da Federação Nacional dos Médicos. Mas não saíram à rua para dizer apenas isto.
Quiseram, uma vez mais, apontar o dedo à ministra da Saúde pela falta de negociações com o setor.
Também a oposição não poupou nas críticas. PCP e Bloco de Esquerda, que marcaram presença no protesto, nas imediações do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, consideram que o Governo está a fazer da saúde um negócio.
Cirurgias urgentes estão a ser realizadas
Já a Norte, a FNAM diz que o impacto da greve se sente, sobretudo, nas consultas externas e nas cirurgias programadas.
Revela também que a greve paralisou os blocos centrais do São João e do Santo António, assim como do IPO, no Porto. Em Braga, só duas das 11 salas de operação funcionaram.
Em todos os hospitais as cirurgias urgentes estão a ser realizadas porque estão previstas nos serviços mínimos.
Esta greve não afeta só hospitais. Em Viana do Castelo, por exemplo, há pelo menos três centros de saúde sem médicos.
Oito meses depois da última greve dos médicos, o avanço nas negociações foi pouco ou nenhum, o que leva a FNAM a acusar o Governo de não se querer sentar à mesa.
Para quarta-feira, segundo dia de greve, estão previstos mais condicionamentos nos hospitais e centros de saúde.