O ministro das Infraestruturas disse esta quarta-feira, no parlamento, que aceitou as reivindicações dos trabalhadores da CP - Comboios de Portugal porque são legítimas e têm cabimento orçamental e acrescentou que sempre que assim seja chegará a acordos com sindicatos.
"Não cedemos a nada, cedemos simplesmente àquilo que era legítimo e que os trabalhadores pediram. E sempre que é legitimo e que trabalhadores peçam e nós possamos contemplar no orçamento, assim faremos. Justiça para todos", afirmou Miguel Pinto Luz na intervenção inicial na sua audição na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, em resposta a apartes de deputados.
Na terça-feira à noite, foi suspensa a greve dos trabalhadores da CP, convocada por vários sindicatos para esta quarta-feira, depois de ter sido alcançado um acordo de princípio com o Governo para aumentos salariais e regulamentação de carreiras.
"Nos termos do acordo, todos os índices salariais são atualizados em mais 1,5% a partir de 01 de agosto de 2024 e o valor do subsídio de refeição sobe para 9,20 euros", disse em comunicado da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).
As estruturas sindicais que realizaram greve na segunda-feira e tinham previsto outro dia de greve para esta quarta-feira referiram, no comunicado conjunto, que foi assumido neste acordo "que as novas categorias profissionais resultantes da fusão de atuais categorias são de acesso voluntário e que as mesmas se mantêm e com a garantia de progressão de carreira e com as mesmas funções".
Ainda segundo os sindicatos, foi assumido neste acordo "que as novas categorias profissionais resultantes da fusão de atuais categorias são de acesso voluntário e que as mesmas se mantêm e com a garantia de progressão de carreira e com as mesmas funções".
As estruturas sindicais destacaram também que a administração da CP "aceitou implementar o acordo de 29 de maio de 2023, unificando os prémios anuais de produtividade e revisão, para igual valor do prémio da carreira de condução, com efeitos a 1 de agosto deste ano, sendo o próximo pagamento em fevereiro de 2025".
O acordo prevê também que em setembro sejam "retomadas as negociações", com o objetivo de "rever as grelhas salariais", de "concertar com as organizações sindicais as regras de transição para as novas grelhas salariais" e de "dar continuidade ao acerto nos conteúdos funcionais das carreiras/categorias em que foi identificada a necessidade da continuação da discussão", segundo os sindicatos.
Os trabalhadores da CP tinham cumprido na segunda-feira um dia de greve, que estava previsto repetir-se esta quarta-feira, depois de játerem estado em greve em 28 de junho.
Na segunda-feira, a greve dos trabalhadores da CP - Comboios de Portugal levou à supressão de 1.003 comboios dos 1.243 programados (80,7%) entre as 00:00 e as 22:00, segundo dados enviados à Lusa pela empresa.