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Militares desmentem ministro e dizem que nunca foram ouvidos

A Associação de Oficiais das Forças Armadas reconheceu que as medidas pelo ministério liderado por Nuno Melo incluem alguns aspetos positivos, mas que estão muito longe "de poderem ser anunciadas com o vigor com que foram, porque ficaram muito aquém".

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As associações militares de sargentos, praças e oficiais desmentem o ministro da Defesa e garantem que nunca foram ouvidas sobre as medidas esta sexta-feira anunciadas e avisam que há várias questões que ficaram por responder e que deveriam ter sido discutidas.

O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) sublinhou que o "direito de representação e negociação coletiva é consignado e é considerado a todas as estruturas representativas de classe categorias profissionais, exceto aos militares", lembrando as negociações recentes com as forças e serviços de segurança onde estes profissionais "foram recebidos e fizeram rondas de negociações".

A AOFA reconheceu ainda que as medidas incluem alguns aspetos positivos, mas que estão muito longe "de poderem ser anunciadas com o vigor com que foram, porque ficaram muito aquém".

Nuno Melo garantiu esta sexta-feira que o Governo "cumpriu a lei", depois de ter sido interrogado após o Conselho de Ministros sobre as críticas das associações militares representativas de sargentos, oficiais e praças de que não existiram "verdadeiras negociações" e que se queixaram de que o ministro da Defesa não esteve presente em duas reuniões que decorreram no ministério com o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco.

O Executivo liderado por Luís Montenegro anunciou também um pacote de medidas na área da Defesa que incluem um aumento da componente fixa do suplemento da condição militar de 100 para 400 euros até 2026, passando para 300 euros de forma imediata, 350 em 2025 e 400 daqui a dois anos.