Os pescadores de Quarteira, no Algarve, não puderem sair para o mar por falta de gelo para conservar o peixe. A máquina da Docapesca está avariada há mais de um ano e os pescadores estão a perder a paciência.
Sardinha, carapau, cavala e polvo. Da lota de Quarteira saem toneladas de pescado, em especial no verão.
No pico da temporada, há peixe, há procura, mas há também falta de gelo para garantir que as embarcações possam operar.
"Está muito calor nesta altura. Quando capturamos a sardinha temos de acondicioná-la com gelo. A Docapesca tem duas máquinas. Uma está a trabalhar a 50% e outra há mais de 1 ano que está avariada", refere Álvaro Bota, contra-mestre de embarcação.
Na quarta feira, o gelo não chegou. A organização de produtores Olhãopesca diz que os barcos do cerco ficaram impossibilitados de exercer a atividade.
"Chegou a um momento de rutura (...). Os que foram ao mar dirigiram a atividade para uma outra espécie que não a sardinha, com prejuízos", diz Miguel Cardoso, da Olhãopesca.
Com uma máquina avariada e outra a meio gás, a solução da Docapesca tem sido comprar gelo a um fornecedor de Olhão. No pico do verão, a empresa não tem mãos a medir e, para os armadores, apesar de ser uma ajuda, não é a solução.
"O setor está constantemente na incerteza de saber se amanhã vai haver gelo ou não", denuncia Miguel Cardoso.
Em comunicado, a secretária de Estado das Pescas esclarece que nenhuma embarcação de cerco a operar em Quarteira deixou de ir ao mar na quarta-feira à noite. Apenas uma delas orientou a captura para a cavala, por essa espécie necessitar de menos frio. A reposição do fornecimento de gelo está assegurada desde quinta-feira.
A Docapesca acrescenta que a reparação da fábrica de gelo de Quarteira está em fase de conclusão e deverá estar totalmente operacional na próxima semana.