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Comunidade luso-venezuelana acusa Nicolas Maduro de fraude nas eleições

Na Madeira, a comunidade luso-venezuelana acusa Nicolas Maduro de fraude e pede a verificação dos resultados eleitorais e vai manifestar-se esta tarde para exigir verdade e transparência.

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Os poucos que puderam votar no Consulado da Venezuela do Funchal acreditaram que tinha chegado a hora da oposição, mas a esperança desfez-se esta segunda-feira de manhã.

"Acordei às 6:00, olhei para a cara da minha mãe e informei-a do que estava a acontecer. Ela chorou. O meu pai ontem ligou para mim por videochamada e chorou", conta a luso-venezuelana Isabel Franco.

Isabel Franco chegou em 2018 e é uma entre os oito milhões de venezuelanos a viver fora do país e a quem não foi permitido votar e como a larga maioria dos que vivem fora não tem dúvidas sobre o que se passou nestas eleições. "Isto é a maior fraude eleitoral que a Venezuela está a viver. O povo venezuelano ontem mostrou que quer uma mudança e não só o povo venezuelano, estamos a falar de um país da América Latina que tem mais de 500 mil portugueses", diz Isabel Franco.

A forma como decorreu o processo eleitoral, mas sobretudo a pressa de Maduro em proclamar vitória levantam suspeitas.

"O partido do Nicolas Maduro sabe que não ganhou nas eleições, inclusive às 20:00 já estavam a dizer que tinham ganho as eleições", explica o luso-venezuelano Carlos Fernandes.

Ainda faltava fechar 60% das assembleias de voto quando se fez este anúncio e, por isso mesmo, a oposição entende que é tudo parte de um plano. "Eles tentaram desde muito cedo roubar as eleições e isto é grave", acusa Carlos Fernandes.

Mas a oposição ainda não desistiu e pede agora a verificação dos resultados e isso só será possível se tiver as atas de todas as mesas de voto. A luta é na Venezuela, mas na Madeira a comunidade luso-venezuelana não esquece e, por isso, tem marcada uma concentração às 17:00 desta segunda-feira na Praça do Município.