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Polícias prometem voltar aos protestos em setembro se Governo não reabrir negociações

A contestação policial aumentou, após o Governo ter anunciado a equiparação salarial com os militares das Forças Armadas. Mas a ministra da Administração Interna garante que as negociações com as forças de segurança "estão fechadas".

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Os polícias prometem voltar aos protestos em setembro, se o Governo não reabrir as negociações. A contestação aumentou nas forças de segurança depois de o Governo ter anunciado a equiparação salarial com os militares das Forças Armadas.

Querem demonstrar o desagrado de forma "massiva" e "bastante veemente". Consideram que, ao aumentar os militares, o primeiro-ministro, Luís Montenegro cometeu um erro "maior" do que o de António Costa quando não equiparou o subsídio de risco ao da Polícia Judiciária (PJ).

"Houve agora um volte-face quando verificámos que o Governo dizia que não havia nem mais 1 cêntimos e, de repente, passou a haver dinheiro para pagar aumento de salários na carreira militar", afirma Armando Ferreira, da SINAPOL.

O responsável defende que o aumento às Forças Armadas é um "insulto" para os polícias.

Também o Sindicato dos Profissionais de Polícia ameaça avançar com novos protestos em setembro, se não forem abertas novas negociações para aprovar um subsídio de risco que considerem justo.

No comunicado enviado às redações, a estrutura sindical diz que os polícias da PSP estão a ser vítimas de discriminação e desvalorização por causa da falta de vontade do Ministério da Administração Interna em resolver os problemas do setor.

O que está em causa?

Os polícias lutaram durante meses pela equiparação salarial com a PJ e, sem sucesso e unanimidade, acabaram por assinar um acordo com o Governo que prevê um aumento faseado de 300 euros até 2026 no suplemento de risco, cerca de metade do que recebe a PJ desde o final do ano passado.

Agora, quase um mês depois de fechadas as negociações, ficaram a saber que a tal paridade salarial tão desejada - e entretanto negada por falta de disponibilidade orçamental - foi autorizada pelo Executivo aos militares das Forças Armadas em comparação com a carreira policial.

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, garante que "as negociações com as forças de segurança estão fechadas".