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FNAM diz que ministra da Saúde tem "falta de vontade política de negociar"

A Federação Nacional dos Médicos diz que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, não é capaz de resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde. Esta semana os problemas vão continuar nos serviços de obstetrícia. Na terça e quinta-feira, 7 serviços vão estar fechados no país por falta de médicos.

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O hospital de Leiria, que tem tido a urgência de obstetrícia encerrada, teve de transferir, na última semana, 11 grávidas para centro materno-infantil do norte, a mais de 180 quilómetros, onde acabaram por ter os bebés.

O serviço de obstetrícia do Hospital de Leiria vai continuar fechado durante toda a semana. É o que diz o portal oficial do Serviço Nacional de Saúde. A Federação de Nacional dos Médicos (FNAM) diz que até essas transferências, muitas vezes, não têm corrido bem.

“As pessoas são encaminhadas para o local que não é o correto, muitas vezes urgências que estão encerradas”, diz Tânia Russo, da Federação Nacional dos Médicos .

Este fim-de-semana foram 5 os serviços de obstetrícia e ginecologia que fecharam e a situação não vai melhorar. Em época de férias, não vai ser possível completar todas as escalas esta semana. Na próxima quinta-feira e no sábado, vão estar encerrados sete urgências. Cinco estão na zona de lisboa.

A FNAM alerta que o problema pode, entretanto, alastrar a outros serviços.

“Nas equipas de medicina interna o que nós temos assistido é a equipas que estão reduzidas e em que os serviços e essas urgências estão a funcionar com equipas menores do que aquilo que seria o recomendado e dessa forma mantêm-se os serviços abertos, mas não com a mesma qualidade e com a mesma segurança que deveria ser”, explica Tânia Russo.

Dizem não ver da ministra da Saúde a vontade de mudança.

"Não estamos a encontrar do lado da ministra uma pessoa capaz de resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde. O que nós estamos a encontrar é uma pessoa que está a criar mais problemas. É uma falta de vontade política de negociar", acusa a Federação Nacional dos Médicos.

Definem como prioridade para resolver o problemas o aumento de salários dos médicos, a diminuição das horas de trabalho para as 35 horas semanais e fixar os 400 médicos que acabaram a especialidade há 4 meses e cujos concursos, na maioria dos casos, ainda nem arrancaram.