Até ao final do ano, 4 milhões de portugueses terão seguro de saúde. O principal motivo é o medo de não encontrarem respostas nos hospitais públicos, um cenário cada vez mais comum.
A despesa corrente total em saúde aumentou quase 5% no ano passado. De acordo com o INE, dos mais de 26 mil milhões de euros gastos com saúde em Portugal, o Estado suporta 15 mil milhões.
Famílias portugueses pagam acima da média europeia
O restante é suportado pelas seguradoras e famílias, que, em 2023, pagaram 30% destes custos, uma das percentagens mais elevadas da União Europeia e da OCDE, com 18% de média.
Esse valor corresponde quase exclusivamente a pagamentos a prestadores privados por quem não tem seguro, a co-participações realizadas em unidades privadas pelos cidadãos com seguro, a taxas moderadoras nos serviços públicos de saúde e compra de medicamentos nas farmácias.
Por ano, o gasto total - do Estado, seguradoras e famílias - com cuidados médicos fica em 2.574 euros por cidadão. No ano passado, a despesa corrente pública com saúde cresceu 3,7% e a privada 6,6%.
O peso das elevadas despesas em saúde piora as condições socioeconómicas das famílias.
O custo com saúde em Portugal representa cerca de 10% do PIB, bem abaixo dos valores gastos por países mais desenvolvidos, onde esse custo pode chegar a 18% do Produto Interno Bruto.