A crise nas urgências de obstetrícia e pediatria tem sido mais evidente em Lisboa e nos hospitais da Margem Sul do Tejo, mas as consequências estendem-se a outras unidades, como a de Santarém.
"No período das ferias é sempre mais difícil, as equipas ficam no limite para assegurar os mínimos e se houver alguma falha não prevista as equipas ficam desfalcadas, o que sobrecarrega os enfermeiros e causa constrangimentos nos serviços", afirma o enfermeiro Nuno Lopes, do Sindicato Nacional dos Enfermeiros.
À SIC, o Hospital de Santarém assumiu que estavam previstas limitações esta sexta-feira no bloco de partos, por ter a equipa incompleta, mas foi possível completar a escala com os profissionais necessários. No entanto, o espaço esgotou-se por ser limitado.
“Se não fossem as horas extra…”
A unidade deixou de ter condições para receber mais grávidas em trabalho de parto e pediu ao INEM para desviar as utentes para a maternidade mais próxima. Situações que deixam as equipas no limite.
“Se não fosse a quantidade de horas extras que os profissionais fazem todos os meses, não seria possível assegurar todos os serviços. Os enfermeiros ficam ao fim do dia preocupados com o que conseguiram fazer e com o que não conseguiram fazer”, relata Nuno Lopes.
Em Lisboa, a pressão dos encerramentos das urgências tem sido suportada, sobretudo, pela Maternidade Alfredo da Costa.
O cenário complica-se no sábado, quando está previsto que pelo menos 11 urgências de obstetrícia e de pediatria permaneçam fechadas - e outras quatro estão reservadas apenas a utentes referenciados pela linha SNS 24 ou pelo INEM.
Mais uma vez, a grande maioria pertence à região de Lisboa e Vale do Tejo.